Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Brasil_19 e 20 julho - de santo andré a paraty

19 de julho, domingo - 3º dia de workshop - local - Parque Celso Daniel
 
 
Antes do workshop, decidi experimentar a caneta azul Bic. Há muito que não fazia experiências com canetas, tal é a minha devoção pelas Pilot....As esperas pelo Lauro permitiam-me fazer experiências...
 
 
 
o
 1º exercício foi lançado pelo Lauro - desenhar a figueira centenária, ou o que resta dela.
sugestões do mestre: pegar numa folha de jornal, rasgar uma parte e colar numa página dupla dos cadernos. 2º passo - desenhar sobre essa página. Confesso que não é a minha praia, mas por respeito ao mestre, encarei o desafio de frente.
 
 
o 2º desafio foi lançado por mim -1º - numa página dupla desenha a planta do parque; 2º - desenhar um elemento natural; 3º - um elemento arquitetónico marcante (optei pelas características "caixas de água")
 
 
O almoço foi num local fantástico e bastante desenhável - o pilão mineiro. Comida mineira, caseira, feita em forno de lenha - uma delícia. Pena não poder provar tudo. Estes restaurantes têm uma característica particular: enquanto comemos, temos sempre um chefe de sala ao nosso lado - muito parecido com os restaurantes chiques, onde só falta que comam por nós. A diferença é que aqui o que eles querem é que comamos mais e mais... Eu avisei o sr. Isidoro que ainda estou a treinar o desenho de pessoas, mas ele insistiu dizendo: "mais feio do que o real, impossível". uma simpatia
 
 
 
 
À porta do parque Celso Daniel encontrei estes dois elementos marcantes que fazem parte da identidade brasileira: o vendedor de sorvetes e o orelhão. O Sr. Gilmar até me ofereceu um sorvete. Isto de desenhar pessoas nem é assim tão mau quanto parece...
 
 
O dia foi cansativo, mas muito produtivo. À noite, à porta do hotel deparo-me com um cenário que se repete por toda a cidade: o muro de cabos de eletricidade. Além da poluição visual, são uma verdadeira ameaça à segurança das pessoas. Alguns deles chegam a tocar-nos na cabeça. Sem comentários...
 
 
2ª Feira, dia 20 de julho - Rumo a Paraty - esperavam-nos 5 horas de viagem de automóvel. O Lauro pergunta-me "preparado ?" "é que esta estrada é do pior que há". 1ª paragem - São Luíz de Paraitinga, a "terra do Saci", a 182km de São Paulo. Para quem não se lembra o Saci é aquilo menino negro do Sitio do Picapau Amarelo. Um menino que vivia na floresta, tinha apenas uma perna e fumava cachimbo. Quando aparecia era apenas para pregar partidas.
 
 
Ao fim de algumas horas de viagem começo a perceber as palavras do Lauro. A estrada é infernal, com curvas super apertadas e inclinadas, dando a sensação que os carros vão chocar uns com os outros. Mas a paisagem da mata atlântica é fantástica, além disso era por uma boa causa: regressar a Paraty e rever amigos. Quando chegámos não houve forças para desenhos...

5 comentários:

Ana Crispim disse...

Gosto muito destas histórias desenhadas...

Maria Celeste disse...

...e são histórias de um mundo diferente...
...e assim parece que também viajamos...
...gosto...

Manuela Rosa disse...

Aprendendo contigo... Bonita e interessante reportagem.

André Duarte Baptista disse...

obrigado pelas vossas palavras

USkP Convidado disse...

Gosto muito desta tua reportagem!
Sofia Gomes