Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


Pensamos que o Diário Gráfico melhora a nossa observação, faz-nos desenhar mais e o compromisso de colaborar num blogue ainda mais acentua esse facto. A única condição para colaborar neste blogue é usar como suporte um caderno, bloco ou objecto semelhante: o Diário Gráfico.


Neste blogue só se publicam desenhos feitos de observação e no sítio

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terça-feira, 8 de maio de 2018

Dia do moinho ...atrasado.

Foi com os Oestesketchers e, para me redimir de não publicar há algum tempo, aqui vão os moinhos todos... :)
Aqui, no moinho dos Constantinos, na Bordinheira, logo de manhã, entre as pingas da chuva e abertas generosas.






Ainda no mesmo local, oferecemos ao Sr. Joaquim que nos recebeu de coração aberto, uma saca da farinha "sketchada".



Depois seguimos para Caixeiros onde encontrámos o moinho da várzea, segundo consta, construído em 1836.


De seguida fomos à Azenha de Santa Cruz


quinta-feira, 12 de abril de 2018

Dia dos Moinhos no... Barreiro

Confesso que desconhecia a existência destes moinhos e fiquei maravilhada.
Eu, a Mónia e o Filipe já decidimos regressar novamente mas com mais tempo e com sol :-)




Este último já foi feito mt depressa porque não queríamos perder o barco das 19h25 para Lisboa :-)

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Desenhar Moinhos

 Depois das belas reportagens gráficas do André Baptista e do Bruno Vieira, pouco ou nada me resta a acrescentar a não ser os meus desenhos feitos neste fantástico encontro que mostrou que nós, desenhadores de rua, por vezes superamo-nos e enfrentamos a maior das chuvadas só para desenhar o nosso mundo.

 O conjunto dos moinhos da Bordinheira, ainda activos e a produzir a farinha que muitos padeiros artesanais  e tradicionais preferem para a sua actividade.

Que vai para as merendeiras de chouriço e torresmos que se comem aqui em Caixeiros, por exemplo...
E termina na Azenha de Santa Cruz, já desenhada até à exaustão mas que vale sempre a pena. Curiosamente, foi aqui que fiz o desenho no meu primeiríssimo encontro de desenho em Agosto de 2014 e que publiquei aqui.

terça-feira, 10 de abril de 2018

Moinhos... no Barreiro


O destino era o Barreiro para desenhar uns moinhos. A cor do céu assustava bastante mas não foi suficiente para nos demover de atravessar o rio. Por isso mesmo tivemos direito a umas nuvens espectaculares (e também a alguma chuva e muito vento), mas os moinhos lá estavam à nossa espera.

Dia Nacional dos Moinhos | Parte da Tarde

Seguimos para Caixeiros, mais um moinho à nossa espera, um moinho e pão quente cosido no forno a lenha.



Enquanto conversavam e saboreavam as melhores merendeiras com chouriço (e não só) do mundo, eu aproveitei para saborear o sol que de repente interrompeu a chuva que caia copiosamente, acompanhado por mais um desenho. Já o desenhei muitas vezes, mas aparece sempre um novo detalhe.

Moinho e casa do pão (ilustração do autor). 
 
Foi construído em 1836, pertencendo à família do "João Capirote". Nasceu com o nome de Moinho da Várzea, devido ao local onde se encontra implantado - uma várzea. Muitos duvidaram da sanidade mental de quem o construiu - "Um moinho numa várzea?" - Sim, talvez tenha sido o único no concelho, mas a verdade é que ainda hoje funciona na perfeição. Visionário o Sr. Capirote. Rapidamente passou a ser conhecido pelo "Moinho do Capirote" e mais tarde "Moinho dos Caixeiros". Hoje, o moleiro é o Sérgio Alves, filho e neto de moleiro. Chegou a pensar que não seguiria com a profissão dos seus antepassados, já que apenas no ano de 2000 terá assumido o oficio de moleiro aos “comandos” deste moinho.
 
Fruto de uma parceria entre a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal, ao longo dos últimos 20 anos, conseguiu-se que esta freguesia mantivesse no seu território dois exemplares moinhos (vento e água) devidamente conservados, mas sobretudo "habitados". A azenha foi convertida em posto de turismo e centro interpretativo que conta a história do edifício e o ciclo do pão. O moinho dos Caixeiros foi recuperado e voltou a moer cereais, transformando-se num ponto turístico de referência, pelo valor patrimonial do moinho, mas também pela fama do "pão caseiro" que ali é feito.

Dos cerca de 200 moinhos e 20 azenhas com que o município de Torres Vedras conta, muitos encontram-se em ruína, ou em mau estado de conservação. Alguns foram convertidos em casas, alguns com soluções boas e muitos com soluções duvidosas e constrangedoras. A falta de sensibilidade e conhecimento das pessoas associada à falta de mão-de-obra qualificada e capacidade económica para as intervenções, contribuíram para um cenário crítico, colocando em risco este património cultural material e imaterial, um dos principais pilares da matriz identitária do território de Torres Vedras e de toda a zona Oeste. 
 
Ainda que lentamente, o cenário começa a inverter-se, mas é preciso fazer mais e para tal será necessário devolvê-los à estima pública. Para isso precisamos de voltar a olhar para eles, perceber o valor que representam, o valor cultural, social, turístico e económico, mas sobretudo o valor patrimonial, tanto na componente física como na componente social. Só podemos valorizar e cuidar aquilo que conhecemos.
O velho moinho tem resistido aos tempos, caminhando para os 200 anos, assente na sua história mas sempre a projectar-se no futuro.

Última paragem - Azenha de Santa Cruz, que dispensa apresentações, não só por ser bastante conhecida, mas sobretudo pela informação que pode (e deve) ser vista no núcleo expositivo. A chuva foi-se, veio o sol, em jeito de compensação aos "desenhadores-guerreiros" que lutaram contra moinhos de vento e que agora encontram o descanso dos justos junto ao moinho de água. É hora de saborear o sol, a brisa e a excelente vista que o mar nos oferece.  Aproveito para fazer esta panorâmica, um verdadeiro lugar-comum, mas foi o que saiu.
 
 
Para fechar com chave de ouro, um lanche oferecido pela Junta de freguesia da Silveira, que nos recebe sempre tão bem. Seguiu-se a habitual foto de grupo com os últimos resistentes (já foi partilhada pelo Bruno). Os sorrisos falam por si, ficando bem claro que teremos de repetir a experiência. Hoje, os desenhadores foram verdadeiros "caçadores de memórias".
 
Obrigado a todos aqueles que contribuíram para o sucesso deste encontro e um agradecimento especial aos últimos "guardiães dos moinhos do nosso concelho". 
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