Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


Pensamos que o Diário Gráfico melhora a nossa observação, faz-nos desenhar mais e o compromisso de colaborar num blogue ainda mais acentua esse facto. A única condição para colaborar neste blogue é usar como suporte um caderno, bloco ou objecto semelhante: o Diário Gráfico.


Neste blogue só se publicam desenhos feitos de observação e no sítio

domingo, 30 de abril de 2023

CAFÉ DA MANHÃ

Gosto de criar projetos pessoais de desenho, "obrigam-me" a rotinas e mantêm-me disciplinado. A 11 de agosto de 2022 começei um projeto chamado "Café da manhã" que consiste em fazer um desenho todos os dias de manhã num pequeno caderno de 12x12 cm, numerado e datado.
Ficam aqui os "cafés da manhã" que fiz durante a minha viagem a Auckland, correspondendo aos desenhos 248 a 258.



Existem dois desenhos 256. Na viagem de regresso saí de Aucland no domingo (23) à tarde e, devido à diferença de fusos horários, cheguei ao Tahiti no sábado (22) à noite e quando cheguei a Los Angeles era outra vez domingo de manhã.

Bilbao, 2023 - Parte I

 
 
Bilbao. Abril de 2023. Parte I
6:30. Chegamos ao antigo aeroporto da Portela, atual Humberto Delgado. Uma correria de carros e pessoas, mesmo a esta hora. O ruído dos trolleys concorre com o dos aviões que chegam e/ou partem. Esta é a verdadeira "cidade que nunca dorme", uma cidade do mundo. No interior, para variar, encontramos mudanças. Como uma boa cidade que é, o aeroporto tem de estar sempre em obras, nem que seja para justificar os impostos que pagamos. Tanta gente, tanto mundo. De onde vêm? Para onde vão? Os preços no aeroporto estão cada vez mais pornográficos, talvez por isso só tenhamos dois locais de culto na zona da restauração: o WC e a FNAC. Quanto ao WC dispensam-se detalhes. Já na FNAC, importa registar que as capas dos jornais estam repletas de notícias sobre a gestão "criativa, irresponsável e insultuosa" da TAP. Julgo que foi a primeira vez que não comprei um único jornal, pois este assunto leva-nos a sofrer de vergonha alheia. Eis que abrem a "porta" do Voo TAP 1066-Bilbau. Lá em baixo, na pista, está a aeronave de seu nome Santarém, um bimotor de hélice.


Antes de entrarmos, assistimos a um episódio caricato: Um cidadão brasileiro a discutir com um funcionário da TAP. O viajante estava a embarcar para o voo com destino a Zurique, fazendo-se acompanhar de uma mala e um saco de plástico com quatro ou cinco garrafas de vinho. "Não pode levar isso". "Não posso porquê, se eu paguei?". "Excesso de carga". O Cidadão tira roupa da mala para arranjar espaço para as garrafas. Depois de vestir três casados e duas camisolas, só conseguiu arranjar lugar para duas garrafas. Depois de uma longa e acessa discussão, eis que dois viajantes se aproximam, falam com o cidadão brasileiro e com os três funcionários da TAP que ali estavam a "acalmar" o reclamante. No final, ofereceram-se para levar as duas garrafas, garantindo que depois as entregariam em Zurique. Todos aceitaram o tratado de paz. Estas duas almas caridosas deviam ser convidadas para negociar a paz entre a Rússia e a Ucrânia. 
Entrámos no minúsculo "Santarém", que mais parece ter vindo do aeródromo de Santa Cruz. Parece aquilo a que os oestinos chamam de "avioneta". Pior que a dimensão, só mesmo o estado de conservação dos bancos que em tempos terão sido confortáveis. O serviço da TAP vem-se degradando de voo para voo. Se é esta a bandeira que queremos, há que tratar da dita cuja, mas sem irem novamente aos bolsos dos portugueses. No meio da viagem, minutos antes da violenta e duradoura turbulência, é-nos oferecido uma espécie de lanche cuja qualidade está quase ao nível do conforto dos bancos. Salvaram-se o copo de água e as bolachas, aquele lanche que ao fim de 5 dias internados num hospital, é saboreado como um manjar dos deuses. Ouvimos os motores do avião como se fossemos na rua. Não conseguimos ouvir as "hospedeiras" da TAP que já estão baralhadas, pois já não sabem que "bandeira" queremos preservar, caso contrário não passavam o tempo todo a falar um inglês macarrónico num voo onde 90% dos tripulantes eram portugueses. A parte positiva deste voo foi  a baixa altitude de todo o trajeto, permitindo-nos apreciar a paisagem portuguesa e a espanhola. Em Portugal, os comboios nem vê-los, já em Espanha andavam hiperativos. Aterrámos, por volta das 12h (Es). A proposta de transfer que nos tinham apresentado, rondava os 90€, para uma viagem que não demorou mais de 10 minutos de autocarro e que nos custou 9€ (três pessoas). Às 12h30 chegámos ao centro de Bilbao e somos recebidos pelo Poeta Ramón de Basterra (1888-1928).

  
.Faz-se o primeiro passeio de reconhecimento. Os bares já estavam repletos, apesar do frio que se fazia sentir e da chuva que ia e voltava sem se cansar. Saímos de Portugal com um calor de Verão e Espanha recebe-nos com frio e chuva. Os bares e esplanadas estão preparados para este clima e os espanhóis ainda mais. Não abdicam do convívio dos bares, sobretudo à tarde quando saem do trabalho. Dos mais novos aos mais velhos, dos mais pobres aos mais ricos, dos homens às mulheres, são todos bem vindos. A primeira "grande verdade" no campeonato de diferenças entre portugueses e espanhóis, está confirmada - os espanhóis gostam mais do convívio diário em espaço público. A segunda, também confirma-se: os espanhóis não fazem o menor esforço para compreender o português. 
Um dos aspectos que gostamos nas cidades, é a sua relação com o rio, sempre que este exista claro. Gostamos do "andar cá e lá", ao "sabor do vento" ou dos pontos referenciais que nos vão atraindo e ditando o percurso. O roteiro vai-se fazendo, sem compromissos. As pontes são locais de encontro e contemplação. Eis que vislumbramos um dos pontos referenciais que vai orientar-nos durante toda a estadia. Trata-se da torre da Iberdrola, com 165 metros, construída entre 2007 e 2011, estando localizada junto ao famoso Museu Guggenheim Bilbao do ainda mais famoso arquitecto Frank Gehry





Jardim da Palavra


 

sexta-feira, 28 de abril de 2023

quinta-feira, 27 de abril de 2023

COMER EM AUCKLAND

Nas pesquisas que fiz pré viagem sobre a comida em Auckland percebi que era uma grande mistura de influências asiáticas, australianas e europeias ( nomeadamente britânica ). Fui disposto a comer e a desenhar.


J Love Café, situado na Vincent St, mesmo ao lado do meu hotel, onde tomava o pequeno almoço antes das hostilidades.


Father Ted´s, um pub irlandês onde pensava ir comer Fish and chips (especialidade em Auckland) e, não sei porquê, acabei por comer outra coisa.

Um grande centro com comida de todo o mundo, situado na Queen St, onde comi uns dumplings com espinafres chineses.

F+D=A (Fabian Douglas Arquitecture), situado no Victoria Park Market (ofereci o desenho ao dono do restaurante).

Chongqing, um restaurante Tailandês onde fui comer noodles.


The Terrace, Bar restaurante onde o pessoal se juntava ao final do dia para o drink and draw.

Viagem ao Egito Dia 1 - As Pirâmides de Gizé

Depois da experiência em Saqqara, seguimos para Gizé que é um dos bairros do Cairo. Chegámos finalmente perto de Keops ou Queóps ou Khufu. Nomes à parte, não podemos ficar indiferentes  perante uma pirâmide de 137 metros de altura. Não dá para descrever a sensação de estar perto de milhares e milhares de blocos com toneladas organizados numa estrutura piramidal perfeita. O Guia pergunta-nos se queremos entrar, avisando que é apertado. A Júlia disse logo que sim. A Inês e o pai preferiram não arriscar. Esperámos uma hora na fila até entrarmos finalmente na grande pirâmide. Lá dentro não desenhei apesar de ter levado o caderno (O meu caderno esteve lá dentro). Foi uma aventura digna do Indiana Jones com tuneis estreitos, subidas e descidas (acho que foram 200 metros). Havia muita gente e a maior parte regressava desiludida, "Paguei eu para isto" diziam. Dentro da Pirâmide não existe nada para além da divisão onde se encontrava ou tumulo. Tal como acontece muitas vezes no desenho as pessoas ficam tão focas com a espectativa do fim que não tiram prazer do processo. Para nós a experiência foi a caminhada. O subir e descer por túneis que outrora foram ocupadas por outros. Observar as paredes e os métodos de construção. As pirâmides eram construídas de dentro para fora e os tuneis eram feitos calculando o peso que iriam suportar (é magnifico). E quando chegamos ao túmulo estamos no centro geométrico na pirâmide. Só quando olhamos para o o esquema com o corte da pirâmide é que percebemos o quão extraordinário é.


A algumas centenas de metro dali encontra-se a Pirâmide de Kefren ou Quéfren. Esta pirâmide tem a particularidade de ainda ter uma parte do calcário que cobria as pirâmides. Imaginem uma pirâmide lisa de branco imaculada com uma ponta em ouro a brilhar no meio do deserto. Deveria ser uma imagem impressionante.

O dia ia a meio e ainda houve tempo de fazermos um passeio de camelo. Gostei da experiência porque dá para perceber o quanto deveria ser difícil atravessar o camelo no deserto. Mas do ponto de vista ético talvez não seja a melhor opção para a defesa dos animais. Não vi ninguém a tratar mal os animais mas a verdade é que os animais estão por ali o dia inteiro. Fica a reflexão


LISBOA - Zona da Pena

 

      Casario da zona da Pena, vista dos Terraços do Carmo, em tarde soalheira.

Dia da Terra na Gulbenkian


 Desenho de Olga Lalanda

Nazaré

 


No Sítio da Nazaré desenhei o Bico da Memória, o Padrão de Vasco da Gama e a Capelinha de Nossa Senhora da Nazaré 

Dia da terra - 2023

 


dia da Terra no jardim do Gulbenkian

 




quarta-feira, 26 de abril de 2023

ACHO QUE NÃO ME PORTEI MUITO MAL


 

Depois do regresso e do jet leg, chegou a hora de fazer contas. No total, desde que saí de casa até que regressei desta aventura fiz 89 desenhos, alguns razoáveis, outros nem por isso. Fica aqui o último desenho que fiz em Auckland, uma homenagem ao povo Maori, em sinal de agradecimento aos Neozelandezes que tão bem nos receberam. O desenho foi feito a partir de uma escultura de inspiração Maori que se encontra na praça Aotea.

Kia ora ( saudação e agradecimento em maori ).

Viagem ao Egito - Dia 1 (Cairo)

O primeiro dia começou muito cedo. Apesar de ser primavera a temperatura prevista era de 43º. Saímos do hotel numa carrinha em direção a Saqqara que fica a 30 km do Cairo. O Cairo tem aproximadamente 50 km de diâmetro. Atravessar o cairo demora em média uma hora se não existir transito. Mas a minha perceção é que o Cairo está sempre em hora de ponta. Andar no meio do transito é em si mesmo uma aventura. Felizmente tínhamos motorista.  Eu não aconselho ninguém a conduzir no Cairo. Em Saqqara encontramos a Pirâmide de DJoser (Faraó da III Dinastia 2630-2611 ac). Esta é considerada a 1º pirâmide construída que ainda se mantém erguida.  Também chamada pirâmide de degraus foi construída por Imhotep. Imhotep era Arquiteto, primeiro ministro, astrólogo, sumo-sacerdote e  matemático. Foi também uma figura importante da medicina egípcia antiga. É considerado por muitos o 1º grande pensador da humanidade.


A aventura estava a começar muito bem. O Nosso Guia de nome Osni falava muito bem português e descrevia de forma orgulhosa este passado grandioso. Ficou espantado quando lhe disse que precisava de tempo para desenhar. Foi paciente e esperou o tempo necessário. Senti empatia e por isso peguei numa folha e fiz-lhe um desenho.

Também entrámos dentro do túmulo de Kagami (Vizir do Rei Teti). Foi o primeiro contacto com os desenhos maravilhosos do antigo egito.

Apesar de termos visto imensa coisa odia estava só a começar. Eram uma 11 horas e seguimos para Giza.




Jardins do palácio do marquês de Pombal

 


Comemoração do 25 de Abril

 


Oficinas Singulares #35 | Ana Margarida Carvalho


 Oficinas Singulares #35 | Ana Margarida Carvalho

À semelhança do desenhar com… esta sessão consiste numa conversa informal - em Livestream - sobre a prática do desenho.

Nesta 35ª sessão convidamos a Ana Margarida Carvalho

para nos falar da sua abordagem e a desafiar-nos a desenhar - no/ num local - de acordo com o seu modo de ver.

A conversa apresentada em direto aqui no facebook será partilhada no nosso blogue e canal de Youtube.


Instagram: https://www.instagram.com/carvalho.anamargarida/

#carvalho.anamargarida

#USkPAzores

#USkPortugal

#oficinassingulares

@carvalho.anamargarida


terça-feira, 25 de abril de 2023

Travessa André Valente

Viagem ao Egito - A partida

 No dia 7 de Abril começava a viagem mais esperada da minha vida. Visitar o Egito era um sonho de criança, Um sonho comum também da Inês e do seu Pai. Juntar tantos sonhos numa só viagem é tornar a viagem na " VIAGEM". Esta foi a 3ª tentativa. Entre impossibilidades de agenda, doenças ou covids, já tínhamos abortado a viagem duas vezes. Por isso canalizamos todas as nossas energias para que o sonho se tornasse realidade. E foi necessária muita energia para resolver vários problemas que fomos encontrado. Inicialmente não conseguimos um pacote de visitas para o Egito. Já estávamos numa de ir à aventura sem nada marcado quando descobrimos a Egypt Tour Plus (Agencia Egípcia). Fiz tudo com eles via wattsapp (louco não é). Depois de marcarmos os voos surgiram as greves em França. Perante a probabilidade de ficarmos "retidos" em Paris conseguimos alterar voos para fazer escala em Barcelona. Quase incrédulos (estava a acontecer) iniciámos a nossa viagem dia 7 de Abril às 9:46 minutos. Levávamos apenas mochilas para nos podermos deslocar rapidamente e evitar malas de porão. Eu levei dois cadernos novos. Inicialmente comecei a desenhar pequeno para poupar folhas. Queria desenhar muito no Egito. Mas com tanta ansiedade como parar de desenhar. A Vigem só terminaria às 22 horas com a chegada ao Cairo. No segundo voo as meninas já acusavam algum cansaço. No Cairo fomos Recebidos por Mohamed Enam, representante da Empresa que nos tratou dos vistos, do cartão da internet e nos levou ao hotel. A nossa aventura estava prestes a começar.





Almoço na praia

 


sábado, 22 de abril de 2023

Dia da Terra na Gulbenkian



 Apoiamo-nos uns aos outros e desenhamos em grupo.

FIM



São 10 da noite em Auckand e acabei de chegar da sessão de encerramento do 11º Symposium Internacional dos USK, aqui na cidade de Auckland. Este é o último post que publico "em direto" antes de partir amanhã na viagem de regresso. Os próximos serão já publicados em Portugal e serão um resumo, refleção e complemento do que aqui fui postando. Os desenhos são do Sketchwalk desta manhã que quase foi cancelado por causa da chuva. Duas visões da mesma cidade a partir do Queens Wharf.
É cansativo mas vale a pena ser correspondente português no Symposium USK, por isso vão preparando as candidaturas para 2024 para darem um salto até Buenos Aires para o 12º evento.