Dia 6
Este foi o último desenho que fiz em Chicago.
O Chicago Theatre fica na State Avenue, a caminho
para o Riverwalk, onde fomos tantas vezes beber um copo de vinho e ver o
entardecer. O glamour daquele lugar e a gente bem vestida era o que queria
registar na memória e no caderno antes de ir, em vez dos arranha-céus que me
desconcertavam e faziam perder o equilíbro sempre que os olhava de baixo.
Fiquei com tanta pena de não ter desenhado os
arranha céus de Chicago.
Neste final de tarde de Domingo já me sentia a
descomprimir de uma semana desgastante e tantas vezes difícil, mas ao mesmo
tempo tão cheia, que duvido que tenha espaço dentro da alma para guardar tudo.
Nessa última noite, enquanto preparava a mala
para o regresso a Lisboa, o João publicava desenhos medíocres no instagram, e por
entre gargalhadas e muito boa disposição (o João foi talvez a pessoa mais
popular das seiscentas que estiveram em Chicago), veio-me à cabeça que isto dos
simpósios não tem nada que ver com desenhos, mas sim com pessoas. Com as
pessoas que conhecemos e queríamos trazer connosco, com o enamoramento com que
lhes ficamos, e com a nostalgia de os só voltarmos a ver daqui por um ano.
Decidi começar a contar as estórias de Chicago de
trás para a frente, como uma novela em flashback, com desenhos e outras coisas na
minha cabeça, ainda teimosas por assentar.
Continua…
7 comentários:
Awesome! Estou em pulgas para saber o que aconteceu nos outros dias. Os teus registos escritos e desenhados são tão emotivos! Podias desenhar e escrever um livro.
De trás para a frente, boa ideia. Estes teus pequenos apontamentos de histórias são sempre uma pérola.
que belo momento. parabéns. queremos ver mais. abraço
Gosto.
Muita bom!!!
Eu bem digo que se perde muito por não ilustrares o que escreves! ;)
Cheio de energia este desenho
Enviar um comentário