Como estava insatisfeito
com o desenho anterior, onde não consegui apanhar todos os sketchers e a Rita
no canto do bloco parecia um gremlin transformado, resolvi apanhar com linha
toda aquela desarrumação de lápis e pincéis à sua volta, estava mesmo a
divertir-se, descalça, de posição irrequieta, sentada ou deitada, a desenhar
como se tivesse voltado aos tempos de criança, entre o sonho e a realidade.
Achei interessante, a
Rita como "diamante em bruto" (segundo ela) vai pintando com manchas,
descomplexada, evitando limites ou regras rígidas, deixa o desenho fluir a
partir de uma realidade desfocada, vai definindo e deformando aos poucos, ao
sabor do prazer que a atravessa pelo simples acto de desenhar.
Para ela, a linha é demasiado definitiva, segue um processo
oposto à minha forma de pensar, onde é difícil desconectar do que
academicamente me formatou, voltei ao papel procurando esse
"desligar", mesmo mantendo a linha, são estes desenhos rápidos com
pouco tempo para pensar que acabam quase sempre por me dar mais prazer. Obrigado
Rita.
2 comentários:
a aparente simplicidade do desenho é surpreendente. o vermelho resultou muito bem
O desenho está muito bonito. Vou mostrar o teu texto aos meus pais. Acho que nem eles conseguiriam descrever tão bem a minha natureza infantil.
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