Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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segunda-feira, 6 de abril de 2015

Aproveitar o tempo

Há uns dias, na Casa do Alentejo, fiz um sketch rápido deste rapaz, tranquilamente a apreciar a sua cerveja ao sol. Fez-me recordar um verso do poema "Aproveitar o Tempo", do Álvaro de Campos.



Desde que o li, que o poema, como este verso em particular, sempre tiveram uma grande ressonância em mim. Prova disso é que depois mais tarde me recordei que já havia utilizado esta mesma citação, num desenho com uma cena bastante semelhante, onde outro homem, noutro local, com a distância de quatro anos, também não tinha pressa de aproveitar nada.

"Aproveitar o tempo!
Ah, deixem-me não aproveitar nada!
Nem tempo, nem ser, nem memórias de tempo ou de ser!
Deixe-me ser uma folha de árvore, titilada por brisa,
A poeira de uma estrada involuntária e sozinha,
O vinco deixado na estrada pelas rodas enquanto não vêm outras,
O pião do garoto, que vai a parar,
E oscila, no mesmo movimento que o da alma,
E cai, como caem os deuses, no chão do Destino"





3 comentários:

Rosário disse...

Belo poema e belos desenhos! Muito expressivos!

João Santos disse...

Obrigado Rosário :)

hfm disse...

Gostei.