Fui a Sintra visitar o Museu Anjos Teixeira, grande escultor português. Estava a desenhar quando sou interpelado pela Dona Eulália que autoritáriamente diz: "Não pode desenhar sem autorização". Como não lhe liguei nenhuma colocou-se à minha frente Protegendo a peça. Perante isto pedi para falar com a pessoa responsável pelo museu. A Responsável defendeu a funcionária. Insistiu que para desenhar tinha de pedir uma autorização por escrito. Era a lei. Pedi para ver a lei. Num dos artigos do regulamento do Museu estava escrito que não se podia representar as obras expostas no museu. Insisti que não estava a copiar as obras mas sim a interpretá-las e aprender com elas. Afinal não é para isso que serve o museu, para fruir as suas peças e aprender com elas?! Como as senhora foi inflexível pedi o livro de reclamações para expor a minha indignação. Não deixa de ser caricato ter sido impedido de desenhar num lugar que homenageia alguém que passou a vida a desenhar. Também podia refletir este acontecimento de forma mais egocêntrica: Estou a ficar tão bom que consigo reproduzir as obras do artista. Brincadeiras à parte tenho a certeza de uma coisa: NÃO PEÇO AUTORIZAÇÃO PARA DESENHAR!!!!
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Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.
John Ruskin, intelectual inglês do século XIX
Pensamos que o Diário Gráfico melhora a nossa observação, faz-nos desenhar mais e o compromisso de colaborar num blogue ainda mais acentua esse facto. A única condição para colaborar neste blogue é usar como suporte um caderno, bloco ou objecto semelhante: o Diário Gráfico.
Neste blogue só se publicam desenhos feitos de observação e no sítio

13 comentários:
Histórias destas estão sempre muito intrigantes...
Infelizmente também já me aconteceu noutros lugares. O Mário Bismark também fala disso sobre uns desenhos que fez das pirâmides do Egipto. Acho que tudo isto só mostra como o desenho tem um poder de registo e análise muito superior a qualquer outra técnica.
Há que continuar e valorizar o que fazemos. De outra forma não estaríamos aqui a falar do Museu Anjos Teixeira, que vale a pena!
Concordo Mário. O desenho é de facto poderoso e às vezes acontecem reações destas. Cabe-nos a nós continuar a desenhar e contribuir para a mudança de mentalidades.
E se marcássemos todos uma visita e fossemos cada um a desenhar em salas diferentes ao mesmo tempo?
António, os desenhos que fizeste estão muito bons, pena não terem deixado fazer mais.
César, que belíssima ideia! Só polícia de choque e bastões nos poderiam demover...
Acho que podemos pensar num encontro informal e fazer um desenho rápido e sair. Aproveitamos e continuamos a desenhar a bela cidade de Sintra.
O que intrigou o Mário Bismark quando no Egipto também o proibiram de desenhar foi que deixavam fotografar e filmar, só não deixavam desenhar.
Podemos reagir à parvoíce dos regulamentos mas aconchega-nos o ego tomarmos consciência do desconcertante, do poder de sedução e inquietação que pode haver num despretensioso desenho num caderno.
...aconteceu-me também em setembro 2013 em Bruxelas no museu Magrite...
...como não estava lá a D.Eulália, desobedeci discretamente...
António adorei este teu post. Nunca me aconteceu impedirem-me de desenhar. Concordo com o César e com o Nelson, vamos combinar um encontro num museu :) . Abraço
interessante, sabe que há dias tive essa dúvida enquanto andava pelo Museu de Arte Antiga? Pensei "porque não se encontram aqui artistas a desenhar e a pintar os quadros como se vê no Louvre ou no Prado?" . Desconfio que também não pediram autorização e como tal nem me atrevi a tirar o caderno da mala
Olá a todos estou a pensar organizar um evento no museu Anjos Teixiera. "À volta das esculturas" será o nome do evento e o objetivo é desenhar os espaços negativos das mesmas "salvaguardado-as de qualquer representação. Alinham
Uma vez uma directora de um museu explicou-me porque não deixavam desenhar sem autorização. O problema não é o desenho em si, mas o que se faz com ele. Querem saber o que se publica/edita sobre as peças do museu. No teu caso, nós sabemos, não faz sentido, claro.
Aproveito para partilhar também aqui a minha indignação sobre esta e outras situações semelhantes que se vão repetindo
e informar que este tema está a ser debatido por aqui:
Acesso à Cultura
https://www.facebook.com/AcessoCultura
Rede de Colaboradores de Serviços Educativos
https://www.facebook.com/groups/redecse/
Aqui fica também a minha manifestação de indignação.
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