Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


Pensamos que o Diário Gráfico melhora a nossa observação, faz-nos desenhar mais e o compromisso de colaborar num blogue ainda mais acentua esse facto. A única condição para colaborar neste blogue é usar como suporte um caderno, bloco ou objecto semelhante: o Diário Gráfico.


Neste blogue só se publicam desenhos feitos de observação e no sítio

domingo, 22 de dezembro de 2013

 
 



Para todos os amigos. 

 Junto um dos mais belos poemas de Natal que conheço e que, num momento de crise como a actual, penso ser ainda mais pertinente.

Natal, e não Dezembro

Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.
 
 
David Mourão-Ferreira
 
 

6 comentários:

Rosário disse...

Bom Natal!

Ad astra disse...

que belo postal de Natal

matilde disse...

Lindo poema. Bom Natal e Feliz Ano 2014 para todos...

Suzana disse...

Muito bonito, Bom Natal :)

Maria Celeste disse...

...que lindo poema...
...bom Natal e novo ano...

Rita Oliveira Dias disse...

Pertinente :)