Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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domingo, 15 de agosto de 2010

No Museu da Marioneta

Este tórrido mês de Agosto, que dificulta a vida a quem está a debater-se por manter a concentração atrás de um estirador, tem felizmente trazido algumas noites amenas e mais propícias ao trabalho. Seja dentro ou fora de casa. Assim, desafiando outro desenhador compulsivo, rumou-se ao Museu da Marioneta, em Santos, aberto excepcionalmente naquele dia até à meia-noite. O Museu é bastante interessante e tem inúmeras peças, de diversos quadrantes. Apesar da escolha do objecto a desenhar ser difícil - e entrarem como factores de decisão a proximidade de uma cadeira e a luz incidente -, acabei por ficar em frente a esta marioneta. É curioso ver como a luz modela e contorna as feições das figuras, e como as expressões são indefinidas. A expressão do olhar contradiz com o esgar da boca, ou vice versa... Será que é para as marionetas de adaptarem a mais e diferentes situações, sendo o sentimento ou expressão definidos pela expressão corporal? Talvez daí serem tão interessantes, e serem marionetas, manipuladas.

Uma rápida pesquisa na net contou-me a história da marioneta que escolhi ao acaso.

OS ENCANTOS DE MEDEIA (2005)
"Jasão embarca na nau Argos com destino à ilha de Colcos, com objectivo de conquistar o velo de ouro. Ao chegar à ilha, desperta duas paixões: na filha e na sobrinha do rei de Colcos, respectivamente, a princesa Medeia e Creusa. Cega de paixão, Medeia ajuda-o a concretizar o seu objectivo, a apoderar-se do velo de ouro. Mas jasão, ao ver-se em poder do tesouro, acaba por fugir com a sobrinha do rei, Cneusa. Sentindo-se traída, Medeia move contra os amantes uma tempestade que os obriga a regressar a Colcos. O rei, ofendido por Medeia o ter roubado, casa Jasão com Cneusa e dá-lhe a direcção do reino. Medeia, desesperada, foge e desaparece pelos ares."

Há na glória padecer.
Reflexões sobre a vida e obra de António José da Silva, O Judeu

Assim, desta forma respondo aos Chalenges XXVII e XXVIII, utilizando personagens de outras épocas, que passaram por outro tipo de morte...

1 comentário:

PeF disse...

Nunca se despreze uma cadeira bem colocada. O resultado pode muito bem vir ser um bom desenho - como é o caso.