Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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domingo, 12 de dezembro de 2021

Encontro de desenho em cadernos na Ribeira Grande

No dia 18 de dezembro pelas 10:00h vamos desenhar o Presépio do Prior Evaristo Gouveia no Museu Municipal da Ribeira Grande.
Apareçam.
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Um pouco da sua 𝐇𝐢𝐬𝐭ó𝐫𝐢𝐚:
" Este é o presépio fundado pelo prior Evaristo Carreiro Gouveia [n.1885, Lagoa, f. 1957, Matriz], pároco na Paróquia de Nossa Senhora da Estrela, freguesia da Matriz, Concelho da Ribeira Grande, ente 1911 e 1957. É uma criação de arte popular que terá tido o seu primeiro embrião logo com a chegada do Prior à Ribeira Grande.
Provavelmente nos anos vinte é introduzida a “movimentação”, à manivela, junto de um pequeno núcleo bíblico. As novidades e as mudanças de cenas, religiosas e profanas, tornar-se-iam características que fariam dele um forte atração natalícia na Ilha de São Miguel. Não podemos também esquecer a engrenagem, vulgo as “tripas”, obra de engenharia, segundo mestre José Manuel Melo, deveras criativa, que provoca o seu grande fascínio. Finalmente, com a animação do Presépio o Prior pretendia, tal como o que lhe sucedeu, intervir moral e culturalmente junto da juventude ribeiragrandense, convidando-a para a sua recriação.
Após 1957 o Presépio teve continuidade com o Padre Manuel Medeiros de Sousa. As mudanças sociais, e até económicas, a partir dos endiabrados anos sessenta, fizeram no passar por algumas dificuldades. Sofreu interrupções. Por volta de 1979 a manivela foi substituída por motor elétrico. Logo depois correu o risco de ser abandonado. A Paróquia de Nossa Senhora da Estrela e a Câmara Municipal da Ribeira Grande recuperaram-no. Chegou à Casa da Cultura, a título de depósito, em 1985, sendo de imediato colocado em exposição.
O Presépio do Senhor Prior é uma referência identitária da Ribeira Grande do século XX. Como objeto museológico, para além do seu interesse cultural, a partir dele podemos rememorar e explicar a sociedade que o criou. Tendo-o como epicentro é possível viajar no tempo e no espaço ribeiragrandenses. A partir dele podemos falar da Ribeira Grande desde quinhentos até aos dias que correm. E isso será falar do seu património material e imaterial, do que dele desapareceu e do que dele sobreviveu. Será também falar de uma comunidade pequena, isolada, e ao mesmo tempo interligada com as demais próximas e outras longínquas. No fundo, será expressar a Ribeira Grande no mundo.
Hermano Teodoro"

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