A casa onde
nasci, ou melhor, onde cheguei três dias depois de nascer e vivi até aos 19
anos, tinha umas traseiras incrívies. Para ali confluiam as coversas familiares,
o ladrar dos cães, o som das molas da roupa a caír nos quintais.
O que eu gostava
mesmo era de observar a vizinha Maria que tinha uma horta com couves e galinhas. Para
além de se indignar com a capacidade de compreensão reduzidas das aves de capoeira,
zangava-se com a mudança de hora de inverno e verão. Uma vez ouvia-a dizer que
nunca mais mudaria a hora, que se estava nas tintas.
Hoje lembrei-me
da vizinha Maria quando me sentei a desenhar no Parque do Vale de Chelas. Um espaço
urbano infiltrado por um conjunto de hortas, que permite às ‘Vizinhas Marias’
viver uma Lisboa mais verde.
Depois de uma
excepcional demonstração de aguarela pelo Pedro Salvador Mendes plantei um
desenho no meu caderno e lembrei-me desses tempos em que espiava a vizinha Maria
na horta das traseiras... a partir de um marquise.
MUITO IMPORTANTE!
Não se esqueçam de enviar os vossos desenhos digitalizados das oficinas Lisboa Verde
2020 para uskp.actividades@gmail.com.
No fim de Novembro haverá uma exposição e um livro para assinalar esta
iniciativa.
4 comentários:
Ficou bem giro!
Muito giro, tudo!
Ficou óptimo o teu desenho! E gosto também do texto.
Bela história ilustrada.
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