Entrevista a Ana Conceição Associada nº 319
1. Como descobriste os urban sketchers?Descobri os Urban Sketchers através dos livros do Eduardo Salavisa. Daí a juntar-me aos encontros passaram muitos anos. 2. Com que periodicidade desenhas?2. Podem ser dez minutos ou duas horas, dependendo da disponibilidade, mas desenho todos os dias 3. Quais os ingredientes para um bom sketch ?A disponibilidade física e mental. Antes do confinamento achava que era a novidade, o exterior, os países e outras culturas, mas agora estou certa de que é esta disponibilidade (à qual chamaria “uma quase liberdade total”, que nos permite a entrega ao papel, ao objecto da nossa atenção, à aguarela). 4. Quando decides acabar um desenho?Há pouco tempo, numa das talks dos USkP, ouvi um desenhador dizer que no desenho, quando se tem filhos pequenos, temos de estar preparados para ter o desenho acabado a qualquer momento. E é um pouco isso que eu sinto, especialmente no desenho na rua. Nunca sabemos quando temos de acabar o nosso desenho para ter de dar um colinho ou ter de ir com alguém à casa de banho... ou seja, o “estar acabado” não é, de todo, um processo que sinto que controle. 5. Qual a tua proposta de desenho para o período de saída de casa que atravessamos?É uma proposta simples: nós somos os “Gráfico-Jornalistas” desta nova época. A minha proposta passa por aquilo que acho que já todos estão a fazer, que é ir para a rua e captar o melhor possível as alterações ao quotidiano: há mais silêncio na cidade? Menos ruído? Afinal de contas cidade está vazia, é “nossa” (ainda sem turistas). Andaremos mais longe uns dos outros mas mais perto da natureza? Quais são as memórias gráficas que levamos desta pandemia, que para uns mudou tudo, para outros nem tanto? O que deixaremos no nosso caderno enquanto registo desta fase singular?
Auto Retrato Ana Conceição
Podem também seguir aqui um artigo na secção P3 do jornal Público com desenhos da Ana Conceição sobre o tema do confinamento.
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