Já estive em várias situações engraçadas desenhando à chuva, mas esta, no décimo aniversário dos Urban Sketchers Portugal, acho que superou todas as outras.
Da parte da tarde um dos grupos foi com o Luís Miguel Frasco para o Miradouro da Senhora do Monte, e pouco tempo depois de lá chegarmos, já a desenhar, fomos apanhados por uma valente bátega.
Eu tinha começado a desenhar a paisagem com o Luís em destaque do lado direito, e a minha intenção era que desenhador e paisagem desenhada dialogassem no desenho, cada um dando força visual ao outro, ilustrando a intensa ligação que se estabelece eles.
Grande parte do lançamento inicial do desenho era aguarela e quando começou a chover em grossas gotas e em força, não houve sequer tempo de proteger o caderno.
Foi uma chuva tão forte como rápida e logo parou, como podem ver na fotografia que o António Alberto Frazão tirou de nós logo a seguir (outra fotografia ver aqui).
Apesar de se poder pensar que a chuva destruiu o desenho, eu gosto bem dele assim.
Já não lhe toquei mais. A natureza do tempo impôs-se e nas manchas e traços deixou a forte sensação daquele momento único, e refrescante. :)
Para mim este desenho manifesta uma das coisas que mais valorizo no acto de desenhar --- a observação do processo. O que fazemos orienta o desenho num determinado sentido mas o que acontece espontaneamente é aventura a viver e saborear.
9 comentários:
O teu desenho traduz bem o que nós vivemos nessa tarde, Isabel!
Adorei reviver o momento com o teu desenho e a fotografia.
Bem me recordo dessa chuvada intensa, o desenho está lindo Isabel.
Ficou mesmo bonito!
epá ficou bem dramático!
Boa!
Ficou mesmo giro!
Muito bom, o Luis no meio da intempérie!
Quem do inesperado reconhece a graça, tem em si alma de artista. Quantas mãos boas de chuva passaram a acarinhar o desenho? As acertadas!
Agradeço os vossos calorosos comentários, e a oportunidade de ver o meu desenho no cabeçalho do blog. :)
Estes desafios são bem criativos, e fazem-nos pensar os desenhos de outras formas.
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