Entrevista a Isabel Alegria A Isabel é a associada nº 44, é pintora e junta-se aos urban sketchers com as suas manchas aguareladas cheias de cor. |
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Há quanto tempo desenhas? Como a maioria de nós, desenho desde criança, mas redescobri o prazer do desenho aos quinze anos, começando a desenhar com imensa vontade pessoas, animais e paisagens, ainda com a frescura de quem está à descoberta. Começou então o sonho de ser pintora, assim como o gosto pelo desenho ao vivo, que faz parte da minha identidade. É o que está entre os objectos desenhados que me interessa, e não tanto a representação em si. A relação entre linhas, harmonias e silêncios que se estabelecem, o movimento da vida. Hoje desenhar é quotidiano, e ajuda-me em todos os aspectos. A ver, a viver, a amar. Há quanto tempo és USk? A primeira vez que ouvir falar dos Urban Sketchers foi em conversa com a Maria Celeste Canongia Lopes numa pausa de uma aula de Desenho na SNBA. Mas o primeiro encontro foi no Hospital de São José, em 2011, pela mão da Mónica Cid, após uma oficina. O que/quem mais inspira os teus desenhos? A minha principal inspiração é a Natureza. Está tudo nela. Nós nada acrescentamos, apenas nos inspiramos na sua sabedoria. Tudo, desde a mais pequena folha à grande geometria do Universo se baseia nela, na sua poesia, nas suas leis, na sua magia. |
De pessoas, recebi muito de Joni Mitchell e Ana Hatherly, música e poetisa, ambas artistas visuais de excepção. A arte para elas é indissociável do caminho, do processo. A vivência é trazida naturalmente à sua arte, em conversa com os outros, com a vida, consigo próprias, mas sempre de forma aberta, fazendo os seus próprios processos iluminar o que é universal. O encontro USk mais marcante? Sempre gostei muito dos encontros nos jardins da Gulbenkian. Adoro a Gulbenkian, onde me sinto em casa. É um espaço extraordinário. Que materiais preferes usar? Para desenhar gosto de papel onde o lápis ou caneta deslizem bem. A Moleskine tem um de papel acetinado de que gosto. Para aguarela os cadernos da Boesner são excelentes. Também uso folhas soltas de aguarela dobradas como folha dupla, para depois serem cozidas, permitindo andar com folhas maiores mas sem o inconveniente do peso de um grande caderno. Canetas, as de escrita, ou as Bimoji da Xuretake, que se mantêm muito estáveis e há em pincel. Lápis de cor macios mas com alguma oleosidade que ajuda o pigmento a aderir ao papel, resultando numa linha mais nítida, como os Polychromos da Faber-Castell. Aguarelas quando possível monopigmentares. Acabadinho de experimentar, um caderno para pintura Sumi-e, da Hahnemühle, a pensar no Inktober, e que adorei logo na primeira utilização. |
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1 comentário:
Que boa surpresa a uma segunda-feira. Obrigado a todos.
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