Não sei se consigo explicar muito bem o dia em que estivemos no Coliseu. O desafio era enorme. Não só pela monstruosidade do monumento que estava à nossa frente, como pelo enunciado do exercício...
O ponto de partida era adequar a técnica ao que sabemos que representou historicamente o Coliseu. Não ao que é hoje, mas o que foi no passado. Deveria ser algo delicado ou mais grosseiro?

Este foi o primeiro desenho. Quando o revejo, lembro-me de todo o processo de aguarela que me levou a ficar ali sentado uns bons 50 minutos. Os turistas passavam, olhavam, comentavam, mas, na verdade, ali só estava eu e o coliseu. Nada mais interessava...

Depois de tanto tempo sentado, queria algo mais rápido e que remetesse para tanta morte que aconteceu ali...

Desenho cego do interior. A dado momento a tinta da caneta acabou. O que se passava lá dentro só se passava porque havia muita "cegueira" dos homens. Um dia tudo acabou, tal como a minha tinta. Há felizes acasos...

Desenho cego do exterior do coliseu.

Como se desenha o coliseu sem o desenhar? Desenhando tudo menos ele. A dada altura perguntaram-me: "Mário, e as sombras, podemos desenhar? É que não fazem parte integral do coliseu." É verdade! E também eu coloquei por ali umas sombras...

Uns dias depois voltei ao coliseu e já não resisti à tentação de o desenhar de forma clássica. Contudo, acho que todo o processo anterior foi fundamental. Sem ele, este último desenho era só um postal...
9 comentários:
A tua veia de professor sobressai nesta "lição".Parabéns também pelos desenhos e pela escrita!
Muito bons!
Gosto especialmente da descrição de todo o processo e da variedade de técnicas e abordagens. Estão todos óptimos!
Gosto muito!
Grande Mário,
escelentes desenhos! Maneiras fantásticas de olhar para o coliseu!
...gostei do que parece um coração dilacerado...
Simplesmente fantásticos, como sempre!
Gosto da explicação de todo o processo. Li e reli.
Inveja.... :)
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