Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Santa Clara.


                 Convento de Santa Clara, Coimbra... sempre quis conhecer este convento, talvez por o ver nos livros de História da escola sempre cheio de água e meio inundado...
... curioso foi quando chego ao outro lado do rio e reparei que finalmente a obra do Carrilho da Graça já estava finalmente acabada...bem ou mal lá estava o contemporâneo a debater-se com o passado...
                Se até então o trabalho do Carrilho da Graça pouco mexia comigo, naquela manha mexeu muito mais...fiquei um bocado indiferente, e isso nos meus padrões é mau.
               Por um lado achei bastante curioso a escolha do lugar do edifício, bem a meu ver... depois a forma como ele interiormente orientou e organizou o espaço já achei menos conseguido...acho eu que faltou o efeito surpresa...mas enfim...
               No exterior não sei se é por falta de sensibilidade ou por outra alguma razão, mas a total ausência da água deixou-me bastante confuso e irritado... 

1-estamos num convento e como sabemos  a água estava sempre presente quer numa fonte ou num poço geralmente no centro do claustro.
2-Santa Clara (convento) sempre teve uma relação muito intima com a água, por vezes demasiado, ás vezes o rio galgava os diques e entrava por ali a dentro, e hoje em dia o parque urbano verde fez o favor de atropelar essa relação.
                
                 Em defesa de uma possível defesa de quem foi ou é o responsável, mas uma defesa foleira e a qual não concordo muito, é a memoria da água visível nas pedras das fachadas da igreja... mas enfim... poeticamente foleiro...

enfim....Boa noite:)

6 comentários:

Eduardo Salavisa disse...

Concordo.

hfm disse...

Gostei do desenho mas especialmente da garra com que defendeste a tua posição.

Nuno Matos Silva disse...

O projecto de reabilitação do Convento de S. Clara não é do Carrilho da Graça mas dos Arq.s Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandez. A confusão talvez venha do facto de ao CG ter sido confiado a reabilitação do convento de S. FRancisco, ali bem próximo, no sopé da colina de S. Clara.
No centro de interpretação de S. Claram sente-se presença de um generoso pano de água, enquadrando as vista projectadas e próprias.
A principal barreira entre o terreiro de S. Clara e o Mondego vem do aterro da estrada nacional, construída em meados de sec. XX, não seria fácil suprimi-lo. Justamente foi este afastamento que o Polis procurou atenuar construíndo ampla passagem entre S. Clara/ Lágrmas e a zona ribeirinha, passagem esta por baixo da EN.
A visita que há tempos fiz ao local susciptou-mre reacção inversa. Admiração pelo bom trabalho que se vê hoje em dia em todo o Portugal. Longe de se circunscrever a Lisboa.
Se não apreciasse sobreneira os teus desenhos e a tua independência de espirito não me demorava com estes comentários. Como a hfm gosto muito de ambos. Parabéns.

Manuela Rosa disse...

Adoro a página, texto, desenho e pormenor.

Manuela Rosa disse...

Obrigada ao Nuno pela sua explicação.

B.Braddell disse...

obrigado por todos os comentário:)

em relação aos arquitectos foi falha minha, mas sei que o CG foi a concurso para este projecto (e que pensava eu que tinha ganhado...) mas só se depois acabou por não ser ele a fazer, mas como disse falha minha...

Em relação a ausência de água acho muito curto o tal enquadramento, apenas os enquadramentos das salas interiores e a suas relações com o "complexo" é que achei bem...mas continuo a achar que aquele parque urbano estraga a relação com o rio... acho eu...
infelizmente nos arredores de Lisboa está escasso de boas interpretações mas há uns muitos bons exemplos e referencias para mim, como o Byrne em Alcobaça ou Souto Moura em Santa Maria do Bouro... o Torrecilhas em Granada, ou o Nieto Sobejano em Córdoba...algumas referencias para mim de boas leituras do passado e contextualização... enfim!!Bons desenhos!!e obrigado pela atenção!:)