Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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quinta-feira, 10 de junho de 2010

À espera...


...do fim.

Foi encontrado à beira do caminho, a mexer-se ainda um pouco. Ficámos a registar os seus últimos momentos, que foram angustiantemente longos. Dei comigo a pensar se seria benevolente ou meramente arrogante tomar unilateralmente a decisão de antecipar-lhe o fim. Perguntei-me se a criatura o desejaria, ou se sequer existiria naquele pequeno sistema nervoso a complexidade suficiente para desejar, (e não meramente buscar), para sofrer (e não meramente espernear), ou para ter a consciência de que aquele momento tinha algum significado particular. És mais como um relógio partido, pobre bicho, ou és mais como um de nós? Em qualquer dos casos suponho que somos todos iguais após o momento pelo qual aguardavas...

2 comentários:

tacci disse...

O desenho está magnífico.
Mas experimentaram pô-lo de patas para baixo?

Anónimo disse...

Olá :)

O pobre bicho estava muito para lá disso, tinha ferimentos muito feios, que não se vêm no desenho (estava a perder "peças" :p ). Havia vento onde estávamos e várias vezes ele mudou de posição. A forma contorcida em que as patas se encontravam tornava-o instável de barriga para baixo, e voltava naturalmente a esta posição.

Antonio