
Estar tão farto de tanto atraso
Mental, circular, outro
Cada um pensa o que lhe apetece
Grosseiro, desrespeitoso, apressado
Nada gera, nada agradece
Todos filhos das sombras
A quem o sol nem aquece
Nem a tumba adormece
Nem o vento esmorece
Já não quero ser humano
Hominídeo povoado
Germe da selva, urbano
Quero ser um bocado de trapo
De outra espécie, malfadado
Noutro tempo, noutra frente
Abortem-me, como à missão
Por ver tanta estupidez
Tanto gigante anão.
Texto: Paulo Castro
3 comentários:
Já se sabe que gosto muito dos popós do Sr.Professor José Louro.
Galeota
'Estar tão farto de tanto atraso
Mental, circular, outro
Cada um pensa o que lhe apetece
Grosseiro, desrespeitoso, apressado'
Ora aí está uma grande verdade!
O desenho reflecte essa inquietação.
Enviar um comentário