Ontem fui aos Alunos de Apolo. Não sei bem o que vos diga, porque teve tanto de difícil como de divertido.
Cheguei um pouco mais cedo, para deixar entranhar o ambiente incrivelmente insólito, onde a música e a dança se cruzam inexoravelmente com o envelhecimento dos corpos e a fuga à solidão.
O pior foi começar. Escolher o que desenhar, como desenhar e com que desenhar.
Os alunos começam por treinar sózinhos: homens para um lado, mulheres para outro. Durante uns momentos assistimos assim a um baile imaginário, em que cada um rodopia no ar imaginando estar a dançar com o seu par. Foi uma boa altura para observar movimentos e posições assim, às apalpadelas, usando tudo o que tinha à mão e praticamente sem ver o resultado. Enchi páginas e páginas do meu caderno (a que vos poupo:) !
Depois os alunos escolhem um par e começam a dançar.
Aqui a coisa complica-se: o par que escolhemos para desenhar logo desaparece no fundo da sala, é tapado por outros a quem sucessivamente acontece o mesmo. Vemos uma mão aqui, um braço ali, vemos, deixamos de ver, mão em cima, mão em baixo...e as pernas, sempre a mexer!
Faço um esforço por me focar nalguns pares. Tento estar menos inquieta. Percebo que vão, mas voltam. Está na hora de pegar na caneta, e tentar algo mais preciso, ainda que quase cego.
Ficou assim:
7 comentários:
Fantástico, Teresa! A tua escrita parece uma dança. Rodopia. Li como se fosse a "Valse á Mille Temps" do Brel.
E os desenhos premiaram a tua persistência, à procura dos braços e pernas dos pares que fogem.
adoro as tuas pessoas. fantástico Teresa
Depois de muita observação conseguiste apanhar as melhores posições. Os últimos estão muito bem apanhados.
Imagino a dificuldade, mas acabaste por sair de lá com uns bons desenhos
vivos!
Super mesmo!!!!!
Estão fantásticos! Obrigada!
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