Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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segunda-feira, 17 de julho de 2017

Agenda dos Sketchers - Especial Julho 2017

Editorial

Faltam 9 dias para o início do 8th International Urban Sketchers Simposium. Preparam-se os cadernos, verifica-se o Electronic System for Travel Authorization (ESTA), consulta-se o weather forecast.
Mais do que todos os afazeres nos dias que antecedem uma viagem aos Estados Unidos, há três participantes que tiveram uma tarefa acrescida: a preparação dos workshops pelos quais serão responsáveis em Chicago. João CatarinoJosé Louro e Nelson Paciência estarão, entre os dias 26 e 28 de Agosto, a dinamizar três workshops. Convidamos-vos a conhecer melhor estes Urban Sketchers, nomeadamente a sua participação em simpósios internacionais, que desafios esperam os inscritos nas suas oficinas e quais as expectativas para estes dias.
As emoções do Nelson, o minimalismo do José e a criatividade descontraída do João vão, com certeza, deixar-nos a todos muito orgulhosos.
Bons desenhos!
A equipa da Agenda

AGENDA DOS SKETCHERS
Edição especial - Julho 2017
Formadores Portugueses em Chicago

João Catarino
Em 2011, participei no 2º Simpósio Internacional, em Lisboa, como formador e também como formador nos simpósios de Barcelona, em 2013, onde fiz parceria com Omar Jaramillo, e em Paraty, em 2014, no Brasil.
Em Barcelona exploramos o tema Negative Spaces e em Paraty propus o tema Reflexos vistos na água do rio que desagua na cidade e que, na maré cheia, invade as ruas.
Em Lisboa, o tema foi Contrastes Claro e Escuro, particularmente visíveis na Rua da Bica onde decorreram os workshops. O Simpósio de Lisboa  foi uma experiência piloto particularmente interessante: foi o 2º Simpósio internacional e o primeiro fora dos EUA, havia grandes expectativas por parte da comunidade internacional, estou convencido que o simpósio de Lisboa terá consolidado a verdadeira escala e o potencial que o movimento USk começava a ter no mundo, sendo também o exemplo da estrutura da organização que terá inspirado os simpósios seguintes.
Sendo uma cidade com uma arquitectura moderna repleta de superfícies de vidro, Chicago produz inevitavelmente uma infinidade de imagens reflectidas distorcidas e invertidas que variam ao longo do dia com a alteração da luz. Os workshops W6 Reflex Hunters vão explorar esse lado virtual ou imaterial da cidade, mas também a relação dessa imaterialidade com as formas reais, visíveis e palpáveis.
Prefiro sempre não ter grandes expectativas de nada, espero chegar a Chicago e absorver boa energia para poder ser espontâneo o suficiente. Se assim for é provável que corra bem.

(O João tem 52 anos e mora em Carcavelos. É professor e ilustrador e é o associado nº 5 dos USkP. Visitem o seu blog aqui!)
José Louro
Participei como formador nos simpósios de Lisboa, em 2011 e Santo Domingo, na República Dominicana, em 2012. Estive como participante no de Barcelona, em 2013.
A proposta que levo para Chicago – Draw Less, Show More – é inspirada nos pressupostos minimalistas de Mies Van der Rohe, um dos nomes de referência ligados à arquitetura da cidade.
Para Chicago, as expetativas são altíssimas, os EUA são país de que se ouve falar por boas e más razões. E vamos ver…

(O José tem 52 anos e mora em Lisboa. É professor e é o associado nº 3 dos USkP. Visitem o seu blog aqui!)
Nelson Paciência
O meu primeiro simpósio foi o de Paraty (2014), tendo sido escolhido como correspondente português após votação. Os posts que escrevi, sobre o simpósio de Paraty, traduzem bem a experiência e o que esta participação significou para mim. Assim como as restantes estórias no meu blog.
O meu segundo simpósio foi o de Manchester (2016), fui formador de uma actividade a meias com o Vicente Sardinha, intitulada Pub crawl, draw if you are sober, que se traduziu em desenhar pessoas num pub. Dei também uma lecture sobre as sessões de desenho que dei durante 10 meses na prisão de alta segurança de Monsanto. Depois de Paraty foi novamente um momento muito intenso e emotivo enquanto urban sketcher e que mexeu com a minha personalidade: a sensação de falar sobre o tema da prisão pela primeira vez e para um público tão atento foi formidável. E pela primeira vez fazer parte activa da programação do simpósio foi também muito especial. Um pequeno ponto negativo: roubaram a minha mala na chegada ao aeroporto de Lisboa, fiquei sem roupas, todos os brindes que ofereceram no simpósio, três livros que tinha comprado, uma caneta Lamy, que estava decidido a experimentar outra ferramenta que não a BIC e sem o desenho que tinha comprado à Tia, de Singapura, no leilão silencioso por 70 pounds.
A minha oficina em Chicago é a W17, e intitula-se Follow your senses. Neste workshop ninguém vai produzir desenhos perfeitos. O objectivo é provocar as pessoas de modo a revelar as coisas que tantas vezes não estão alerta enquanto desenhamos: os sons, os cheiros, os nossos sentimentos e sensações podem ser reflectidos e fazer parte de um desenho. Vamos desenhar com os cinco sentidos completamente alerta, vamos ser verdadeiros observadores, escrever uma narrativa e talvez contar uma estória.
As minhas expectativas para Chicago estão altíssimas, como não podem deixar de estar para qualquer participante. Participar num simpósio USk é talvez o ponto mais alto da vida de um urban sketcher, e no meu caso, pela primeira vez como instrutor de um workshop, será inesquecível. E partilhar isto de perto com tanta gente que admiro e de quem gosto vai ser maravilhoso.

(O Nelson tem 41 anos e mora em Lisboa. É arquitecto e é o associado nº 49 dos USkP. Visitem o seu blog aqui!)
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Estamos sempre à procura de histórias de encontros e actividades dos urban sketchers em Portugal. Se gostavas de ver a tua história aqui, pergunta-nos como podes fazer, enviando um email para uskp.regionais@gmail.com.

2 comentários:

cláudia mestre disse...

Tão bem representados! Parabéns aos três! Vou estar atenta!

Isa Silva disse...

Venham lá bons desenhos :-)