Neste encontro eu era claramente aquele que menos anos tinha de aguarela e uma falta de experiência notória no que toca a conhecimento de técnicas, materiais e mais truques do género. No entanto, há uma coisa que eu sei, é que o papel comanda a vida neste meio. Podem ser muito talentosos e ter as melhores tintas mas no fim, tudo se resume à qualidade do papel VS tipo de trabalho que querem produzir. Os artistas deste encontro têm um beneficio fantástico, o acesso practicamente ilimitado a papel de aguarela, papel esse que anda sempre nos 300g/m², quase sempre de algodão e com dimensões que não se comparam a qualquer caderno que eu tenha visto por aí.
Assim que comecei a lançar cores, voltei a ter a perfeita noção de que o papel faz mesmo toda a diferença. Este era um Arches de grão grosso e ver as cores misturarem e fazer efeitos extraordinários é um prazer quase indescritível. Não somos apenas nós que trabalhamos em aguarela, a água também trabalha connosco e é ela a principal responsável por uma aguarela extraordinária ou por mais uma folha para o "lixo" (nunca mandem desenhos fora, é apenas uma força de expressão). No fim, estava claramente satisfeito porque senti que tinha aprendido mais qualquer coisa...
Para além de uma sala de trabalhos, este encontro dispões de uma galeria que serve apenas para a mostra de aguarelas feitas durante o mesmo. Assim que um artista termina um trabalho, ele coloca o seu trabalho na parede bem como um preço de venda ao público. Aqui estavam as minhas obras no final deste segundo dia de encontro, ao lado das fantásticas incursões "Banksyanas" do George Politis. No final da exposição e do encontro, esta minha aguarela passou a fazer parte da enorme e muito rica colecção de aguarelas do Concelho de Torres Vedras. Uma honra enorme poder servir a minha "casa" com o que mais gosto de fazer...
8 comentários:
Parabéns, pelo excelente resultado e por tudo.
Acho esta aguarela linda!
As cores são tão ricas e intensas que marcam são? Já agora se não for abuso que paleta?
Boa, Pedro!!
A tua conversa do papel descansa-me. Afinal a culpa das minhas é que o pael não é nada de especial. :D
O papel muda muito a aguarela mas primeiro a experiência, e tu, já estás um mestre, poucos tem esse controlo da luz e cor.
E se tu mereces!!!!
Muito obrigado antes de mais ;)
Luis: experimenta os novos da Winsor Newtom on o Canson Moulin du Roy e vais ver essas cores a saltarem do papel!
Celeste: As cores são Rembrandt mas sinceramente, se quer cores fortes, Winsor Newton profissionais; Daniel Smith ou Shminke Horadam, de tubo, não use pastilhas. Paleta eu uso sempre os Azuis cobaltos, ultramarinos e os amarelos cadmio mais alaranjado. Aqui também usei o Burnt Sienna, ocre e os opacos Vermelho Cadmio e Laranja. As sombras violetas são os azuis misturados com magenta e as sombras fortes levam o Indigo quase puro.
Sempre que tiverem duvidas, perguntem, estão mais que a vontade ;)
Temos aguarelista :-) encerra com chave de ouro
Pois é temos desenhador, aguarelista! Tudo bom!
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