Na Rua de São José volto a subir e fico a desenhar o n.º 118 - um antiquário. Pela hora de almoço, apanho sempre a loja fechada, mas gosto de ver o mix de artigos na montra.
Comecei o desenho no dia anterior e neste dia, na varanda do 1º andar, uma senhora estendia a roupa. Chamou o marido e quando cruzei o olhar com ele, sem dizermos nada, mostrei-lhe o desenho que fazia. Ele pergunta-me para quem era o desenho. Disse que era para mim e mostrei-lhe outro da mesma rua. Não sei se à distância ele conseguia ver algo, mas explicou à mulher a minha resposta. Foi para dentro e a mulher continuou a estender a roupa. Tive pena de não ter desenhado a cara do senhor a espreitar no meio da roupa. No andar de cima a roupa já secava ao sol.
9 comentários:
Estas crónicas já davam um livro.
Como eu gosto deste desenho e da narrativa que lhe colocas.
Que bela série de desenhos, Henrique! Fui vendo para trás e maravilhei-me.
Não páres e junta um bom número destes registos - e histórias - que isto ainda dá um livro bem interessante desta "Lisboa que vai mudando".
Muito giro!
Também gosto!
Grande projeto, Henrique!
Boa! Que bela série.
Obrigado a todos. Espero poder registar mais umas quantas lojas que irão fechar nos próximos tempos. E quando se conversa com as pessoas há uma emoção por verem o desenho e uma nostalgia por encerrarem uma fase de vida.
Que perspectiva linda!
Enviar um comentário