Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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quarta-feira, 6 de maio de 2020

Uma rua a desconfinar-se


Pela primeira vez em quase dois meses, voltei a percorrer as ruas da baixa do Porto. No metro havia muito pouca gente, bem menos do que esperaria encontrar, e em boa parte das ruas o cenário era o mesmo, com mais estabelecimentos (re)abertos do que pessoas a passar. Em Cedofeita dei de caras com uma visão invulgarmente ampla de toda a rua, facilitada pela ausência de obstáculos visuais como esplanadas, guarda-sóis, veículos e toda a massa humana que habitualmente andaria por ali. Uma oportunidade de desenho que a chuva não permitiu aproveitar pelo que segui caminho calmamente, porque este era também um percurso de reencontros.
Com o tempo a abrir, só em Santa Catarina, a mais comercial e habitualmente a mais movimentada das ruas, pude registar no caderno a minha primeira impressão destes dias de desconfinamento Portuense. Poucos transeuntes, alguns proprietários de lojas a falar uns com os outros e, mais lá para o fundo, no troço habitualmente mais animado, um número apenas ligeiramente maior de pontinhos em movimento.
Mesmo sem os turistas, vendedores, artesãos, pedintes, os músicos já com lugar cativo e outros dos habituais actores desta e demais artérias, a sensação de voltar à rua foi incomparável. Depois de tanto  confinamento, uma cidade a meio gás  - ou talvez um quarto de gás - quase nos parece uma cidade em festa.

4 comentários:

Henrique Vogado disse...

Que bela reportagem! O repórter em directo para conhecer esta nova fase. Texto e imagem complementam muito bem. A experiência de um ex-correspondente Urban Sketchers. Em grande, Paulo!

Eduardo Salavisa disse...

Que maravilha! Que experiência1 Um regresso ao passado.

abnose disse...

Excelente!

José Louro disse...

Genial, como sempre. Abraço!