Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Encontro 53

O encontro 53 prometia ser movimentado com uma visita ao moinho de maré de Corroios na parte da manhã, e uma volta pela fábrica de pólvora de Vale Milhaços à tarde.
De manhã chegámos um pouco mais cedo ao moinho e, como um Urban Skecther que se preze não tem tempos mortos, foi uma oportunidade para desenhar. Estava com vontade de desenhar o sapal onde está inserido o moinho, mas o nevoeiro estava denso e a vista não ia muito longe. Assim fiquei-me pelo moinho.


Já lá dentro, depois do enquadramento histórico do moinho e de uma explicação do seu funcionamento, tivemos liberdade para desenhar.
Para variar um pouco das vistas amplas decidi desenhar 1 dos tegões do moinho que agradaram a tanta gente. Realmente eram uma peça curiosa para se desenhar.


Não consegui ficar muito tempo dentro de portas, pelo que assim que terminei o desenho do tegão dirigi-me às traseiras do moinho para ver o que por ali se desenhava. Acabei por me focar na porta da caldeira do moinho, onde é armazenada a água da maré alta que o fará funcionar, que já me tinha despertado a atenção na altura da explicação.
O facto de estar sentado encostado à parede do moinho não me protegia do cheiro algo desagradável que de vez em quando aparecia, mas nada que a concentração no desenho não fizesse esquecer.


Entretanto o nevoeiro ia-se levantando lentamente e o sapal começou a desvendar-se. Antes da partida para o almoço houve ainda tempo para o desenhar e satisfazer a vontade que já me pressionava há umas horas.


Já depois do almoço foi a vez da visita à fábrica da pólvora de Vale Milhaços. Fiquei pasmado com a dimensão das instalações e poucas coisas me apelam tanto como áreas industriais semi-degradadas. Parte do equipamento da fábrica está em funcionamento, mas a maior parte do edificado já está a pedir uma reabilitação.
Enquanto ouvia a explicação acerca da fábrica saquei o caderno pequenino o desenhei o edifício que estava à minha frente.


Entretanto fomos ver a máquina a vapor a funcionar (o ex-libris da fábrica) e teria sido um mimo desenhá-la, mas estava mesmo com muita vontade de deambular pela área exterior e visitar todos os cantinhos, por isso em vez de me perder nos pormenores dos pistons, parafusos e manivelas na máquina desci rapidamente as escadas do edifício principal e pus-me a caminho.
Acabei por me focar no inicio dos carris, onde estava o que resta da vagonete que servia para transporte de material entre vários dos edifícios e cujas rodas já há muito foram levadas por quem não devia.


Depois fui seguindo pelos carris e e aproveitei para visitar os edifícios e subindo as escadas que me iam aparecendo, que davam acesso às grandes roldanas (não sei se é este o nome que lhes dão) que giravam pela força da máquina a vapor, que por sua vez faziam funcionar o equipamento no interior de cada edifício.
Durante o percurso pelos carris tinha ficado de olho num cenário ao qual voltei posteriormente para o último desenho do dia.


A fábrica é realmente um local fantástico, onde facilmente encheria um caderno se o tempo me desse oportunidade.

10 comentários:

hfm disse...

Uma reportagem completa onde os olhos se deleitaram.

Rodrigo Briote disse...

Gosto especialmente do desenho com a chaminé, os diferentes planos, as cores, muito bom.

nelson paciencia disse...

Super produção!

Pedro disse...

Excelente post.

Maria Celeste disse...

...grande produção...
...muito muito bom...

Henrique Vogado disse...

Uma reportagem que resume muito bem o dia bem passado. A fábrica pedia mais uns registos e mais tempo. Gosto imenso dos detalhes no desenhos.

Suzana disse...

Uau, que reportagem fantástica, bem bonitos, fiquei com vontade de conhecer :)

Luis Gabriel Marques disse...

Boa reportagem e bons desenhos Filipe! Parabéns!

Fernanda Lamelas disse...

Muito bonitos!

cláudia mestre disse...

Gosto muito de TODOS!! Parabéns!!