Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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sábado, 16 de novembro de 2019

Deixar a chuva desenhar




Já estive em várias situações engraçadas desenhando à chuva, mas esta, no décimo aniversário dos Urban Sketchers Portugal, acho que superou todas as outras. 
Da parte da tarde um dos grupos foi com o Luís Miguel Frasco para o Miradouro da Senhora do Monte, e pouco tempo depois de lá chegarmos, já a desenhar, fomos apanhados por uma valente bátega.
Eu tinha começado a desenhar a paisagem com o Luís em destaque do lado direito, e a minha intenção era que desenhador e paisagem desenhada dialogassem no desenho, cada um dando força visual ao outro, ilustrando a intensa ligação que se estabelece eles.

Grande parte do lançamento inicial do desenho era aguarela e quando começou a chover em grossas gotas e em força, não houve sequer tempo de proteger o caderno.
Foi uma chuva tão forte como rápida e logo parou, como podem ver na fotografia que o António Alberto Frazão tirou de nós logo a seguir (outra fotografia ver aqui).

Apesar de se poder pensar que a chuva destruiu o desenho, eu gosto bem dele assim.

Já não lhe toquei mais. A natureza do tempo impôs-se e nas manchas e traços deixou a forte sensação daquele momento único, e refrescante. :)
Para mim este desenho manifesta uma das coisas que mais valorizo no acto de desenhar --- a observação do processo. O que fazemos orienta o desenho num determinado sentido mas o que acontece espontaneamente é aventura a viver e saborear.

9 comentários:

L.Frasco disse...

O teu desenho traduz bem o que nós vivemos nessa tarde, Isabel!
Adorei reviver o momento com o teu desenho e a fotografia.

Alexandra Baptista disse...

Bem me recordo dessa chuvada intensa, o desenho está lindo Isabel.

Fefa disse...

Ficou mesmo bonito!

ana pato disse...

epá ficou bem dramático!

abnose disse...

Boa!

Suzana disse...

Ficou mesmo giro!

Teresa Ruivo disse...

Muito bom, o Luis no meio da intempérie!

maria joao worm disse...

Quem do inesperado reconhece a graça, tem em si alma de artista. Quantas mãos boas de chuva passaram a acarinhar o desenho? As acertadas!

Isabel Alegria disse...

Agradeço os vossos calorosos comentários, e a oportunidade de ver o meu desenho no cabeçalho do blog. :)
Estes desafios são bem criativos, e fazem-nos pensar os desenhos de outras formas.