Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Um workshop MUITO especial

Vou voltar um pouco (muito) atrás para publicar um interessantíssimo workshop que aconteceu em Junho de 2017 e que nunca publiquei. Aliás foi quase um workshop duplo, já que foi orientado pela Maru Godas e pelo Santi Salles, ambos de Barcelona, na Casa Atelier Vieira da Silva.
Como muitos saberão teve um impacto profundo sobre o que passei a fazer desde então.

Fiquei profundamente entusiasmado pelo que foi proposto, em particular pelos materiais sugeridos. Deveríamos começar com umas manchas de aguarela muito básicas às quais, a seguir, iríamos acrescentar detalhes com lápis de cor, mas assumidamente descontraídos.
Esta abordagem permitiu-me ultrapassar uma quase obsessão pelo rigor do desenho, em que me perco quando inicio o desenho com um riscador preciso e procuro representar TUDO. Descobri assim desenhos muito mais soltos, descomplexados e, para mim, muito mais expressivos.

Igualmente a palestra que ambos deram na parte da tarde foi verdadeiramente marcante pela riqueza expressiva dos desenhos mostrados e pelas referências que mencionaram (Daniel IgneusBenoit GuillumeCyril Pedrosa, etc.).

Na apresentação do workshop

A minha resposta à proposta da Maru

A minha resposta à proposta do Santi 

Durante um almoço muito animado

As palestras da tarde

7 comentários:

Pedro Alves disse...

Apesar de perceber o que dizes relativamente as canetas e ao rigor, se experimentasses uma tinta mais clara acho que irias sentir-te igualmente satisfeito. Imagina o rigor da tua linha com uma cor mais descontraída, pensa nisso ;) Experimentei a tinta Deatramentis Sepia e é um espectáculo!

Eduardo Salavisa disse...

Quando menos se espera dá-se um click. O percurso não é linear.

João Santos disse...

Identifico-me perfeitamente com o que dizes, quando desenho também ando sempre nessa "luta" de tentar não querer controlar o desenho. É curioso que para umas pessoas algo assim saia tão natural e para outras seja algo mais forçado. Como em outras questões do desenho, acho que são analogias que nos fazem pensar em nós próprios e nos fazem conhecermo-nos melhor.
Mas é como diz o Eduardo, o percurso não é mesmo nada linear. E os desenhos ficaram ótimos, adoro aquele carro do 2º desenho eheh

hfm disse...

Foi um grande workshop. As ideias ficaram, pôr em prática, para mim, bem mais difícil.

Leonor Janeiro disse...

É a prova de que estamos sempre a aprender e que isso nos faz avançar na estética e na técnica.
Gosto muito quando os desenhos são comentados pelo próprio e pêlos outros. É para isso que serve este blogue.
Obrigada por partilhares.
Leonor Janeiro

L.Frasco disse...

@Pedro, engraçado que ontem em conversa com um amigo pensei nessa cor e nessa marca para ter no meu estojo. Tenho numa Safari um castanho "café des iles" da Herbin, mas é permeável. Vou nessa!!
@Eduardo, foi um clic mesmo. E forte!
@João, temos que continuar a lutar por "escangalhar" os desenhos!
@Helena, é insistir. E mudar algo para ter resultados diferentes.
@Leonor, obrigado pelas tuas palavras.

Manuel Tavares disse...

Obrigado pela partilha, Luís. Muito interessante. Fico com pena de ter perdido esta acção. Também me sinto refém dos pormenores e do desenho, de querer representar tudo, embora de vez em quando dou por mim a experimentar coisas novas.