Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


Pensamos que o Diário Gráfico melhora a nossa observação, faz-nos desenhar mais e o compromisso de colaborar num blogue ainda mais acentua esse facto. A única condição para colaborar neste blogue é usar como suporte um caderno, bloco ou objecto semelhante: o Diário Gráfico.


Neste blogue só se publicam desenhos feitos de observação e no sítio

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

"Não Vamos Esquecer" o Pinhal de Leiria

Não sabemos o que será desta área imensa, depois do inferno de fogo que fez desaparecer 80% da área de pinheiros da Mata Nacional de Leiria, ou Pinhal de Leiria.
Será que os pinheiros vão voltar?

Aqui ficam os desenhos de hoje que fiz com o Bruno Vieira para a iniciativa "Não Vamos Esquecer", em parceria com o Público (com as legendas que enviei). Não podemos deixar esquecer!


O cenário é esmagador na extensão infindável da mata ardida: troncos e troncos erguidos para o alto com a mesma elegância de outrora mas agora sem vida.


Da vida que antes habitava a floresta restam formigas surpreendentemente vivas e umas moscas teimosas que não nos largam. O silêncio total da floresta ardida só é quebrado pelos carros ocasionais de quem parece precisar de ver para acreditar nesta tragédia.


A razia foi total. Além das árvores calcinadas, os arbustos e as ervas bravias transformaram-se em esqueletos negros e nuns tocos que emergem ridículos do chão quase lunar na sua desolação, com a cinza omnipresente a manchar as dunas de areia branca.

13 comentários:

Teresa Ruivo disse...

Tão fortes! E bonitos, se se pode dizer isto...

Manuel Tavares disse...

Tão bem conseguidos, Luís! Cheiram a queimado! Tão crus, directos, verdadeiros, do ponto 0 de regeneração.

Filipe Pinto disse...

Estão impressionantes. Excelente reportagem.

Henrique Vogado disse...

Impressionantes mesmo! Belos desenhos para um cenário que vai ficar marcado na nossa memória e com isso preparar melhor o futuro.

Marilisa Mesquita disse...

Das cinzas também nasce a beleza...

nelson paciencia disse...

Que óptimos desenhos Luís!

Pedro Loureiro disse...

Que grande reportagem!

Teresa Ruivo disse...

Luís, quando enviaste para Publico não me puseste em Cc pois não? Não queres enviarmos?

João Catarino disse...

Sinto até alguma perplexidade ao ver desenhos tão belos feitos sobre as cinzas de uma das maiores tragédias que o país já conheceu, é sem dúvida um paradoxo inquietante este que resulta de desenhos tão bons.

Suzana disse...

Estão muito bons Luís, as longas sombras fazem arrepios...

L.Frasco disse...

Obrigado a todos pelas vossas palavras. Na verdade há uma beleza muito própria naquelas silhuetas negras, erectas no caso dos pinheiros e retorcidas no caso dos arbustos.

USkP Convidado disse...

Os desenhos têm alma
Leonor Janeiro

USkP Convidado disse...

Estes desenhos mexem connosco! Não vamos esquecer!


Fefa