Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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sábado, 25 de julho de 2015

Sábado em desenhos

Oito horas dedicadas aos desenhos, uma espécie de horário de trabalho mas em bom.

Este Sábado começou na Fundação Vieira da Silva, para a oficina do Eduardo Salavisa. Fazer uma história associada ao desenho, um exercício de memórias numa dupla página, também com coisas que não fossem desenháveis.
- "Quero que façam uma carta ilustrada", dizia-nos o Eduardo enquanto mostrava incríveis exemplos deste tipo de composição.
- " Fiz-vos um percurso, quero que desenhem lojas de rua".
Bebemos um café no quiosque das Amoreiras, antes de ir fazer o meu desenho na mercearia das Águas Livres. Sentado ao lado das bancas de fruta, e embebedado com aquele cheirinho fresco e sumarento, desenhei e escrevi, enquanto a Nathalia e a Miriam, que vieram de tão longe para estar este Sábado connosco, compravam pêssegos ao Sr. Albino.


Voltámos a almoçar na Tasca do Papagaio, mesmo em frente da Casa-Museu. Comemos sardinhas assadas, bebemos vinho tinto e repartimos duas sobremesas - mousse de chocolate e sericaia. Na rua, estava um calor quase insuportável.


Daí seguimos ao encontro do grupo da manhã, que andou a desenhar em Alfama. Ponto de encontro depois do almoço: Arco da Rua Augusta.
-" Escutem com atenção: agora vamos subir a Rua Augusta, viramos à esquerda no elevador de Santa Justa, depois Rua Garret, e encontramos-nos no Largo do Carmo. Toda a gente sabe onde é o Largo do Carmo?"
Belíssima organização do Pedro Loureiro, neste passeio a desenhar.


Fomos desenhar para os recém inaugurados Terraços do Carmo, um sítio esplêndido, a olhar para uma Lisboa de luz rara e encantadora. Quis fazer este desenho numa dupla página daquelas do meio, que desse para arrancar, que me apetecia oferecer este desenho de presente.
-" Só te ofereço um desenho se gostar dele", já desconfiado que alguma coisa podia correr mal.
As paredes ao meio não eram amarelas berrantes, como eu as pintei. Não gostei do desenho e não o rasguei do caderno.
- " Você ainda vai salvar esse desenho", dizia a Nathalia naquele português do Brasil meio cantado.
Talvez o tenha salvo, por pouco, mas já não foi a tempo de ser o teu presente.

16 comentários:

Rosário disse...

Desenhos fantásticos!

Manuela Rosa disse...

Magníficas história contadas e desenhadas!

Ana Crispim disse...

Adoro os desenhos... e estes encontros fantásticos.

Filipe Pinto disse...

Foi um dia em cheio com uma boa resposta dos sketchers. Mais um óptimo 'spot' para desenhar.

Teresa Ruivo disse...

Ouvi dizer que ontem não tinhas gostado dos teus desenhos...ok, ok...Que faria se gostasses!
Ouve-se cada coisa!...

Teresa Ruivo disse...

Só mais duas coisas: Adoro a cara da Mª Celeste! E os teus Terraços do Carmo desarmam qualquer um...

L.Frasco disse...

Adorei o rasto das tuas 8 horas de trabalho.

Maria Celeste disse...

...fiquei muito bem no retrato...
...e tão rápido e em direto...
...muito obrigada Nelson...

USkP Convidado disse...

Vi o 1º desenho ao vivo, mas vou querer ver os outros, especialmente o do almoço que está incrível.
Rodrigo Briote

Rita disse...

Nélson, tu andas a dizer que não gostas dos desenhos?! Estou a ver que tu e a Teresa além de fazer uns desenhos fantásticos também têm isso em comum! ;-)

Henrique Vogado disse...

Oito horas bem contadas e desenhadas. Gostei muito de ver o percurso e tenho mesmo de ir conhecer os terraços do Carmo.

Fernanda Lamelas disse...

Sempre deliciosas, as histórias dos desenhos!

Vitor Mingacho disse...

Ainda bem que não recortaste a empena amarela no último desenho!

Pedro Loureiro disse...

Foi uma bela junção de grupos! Ainda bem que assim aconteceu! E grandes registos de toda a cena!

Luís Ançã disse...

Eh eh, gosto muito da empena amarela. É mesmo a charneira entre os volumes dum e doutro lado.

USkP Convidado disse...

Gosto dos desenhos, empena amarela incluída.

Carlos Teixeira