Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


Pensamos que o Diário Gráfico melhora a nossa observação, faz-nos desenhar mais e o compromisso de colaborar num blogue ainda mais acentua esse facto. A única condição para colaborar neste blogue é usar como suporte um caderno, bloco ou objecto semelhante: o Diário Gráfico.


Neste blogue só se publicam desenhos feitos de observação e no sítio

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Pedro e Inês

Conhecem a história de Pedro e Inês? Eu nunca a tinha conhecido em pormenor. Aqui vai:


Dentro do mosteiro de Alcobaça repousam os sarcófagos de Pedro e Inês, os protagonistas de uma história de amor trágica da idade média - com derramamento de sangue e traição ao nível do Game of Thrones!

D. Pedro, príncipe herdeiro no séc. XVI foi dado a casar-se com Constança de Castela. Quando primeiro se encontraram, Pedro só tinha olhos para uma das aias de Constança: Inês de Castro, uma nobre galega com ligações à corte Castelhana. Pouco tempo depois, apaixonaram-se um pelo outro.

Pedro prosseguiu com o seu casamento com Constança, de quem teve três crianças. Contudo, o amor entre Pedro e Inês nunca esmoreceu e continuaram a encontrar-se em segredo. Rumores deste romance espalharam-se pela corte e, depois de Constança morrer dando à luz, o escandalizado rei D. Afonso baniu Inês -  já mãe de quatro filhos de Pedro - da corte, para um convento em Coimbra. A Pedro não era permitido entrar, mas conseguia fazer passar cartas à sua amada.

Vendo a futilidade de manter os amantes separados, e temeroso por pretensões ao trono dos filhos de Inês, o rei enviou três nobres para assassinar Inês, decapitando-a. Pedro, enraivecido pela sede de vingança, gastou anos a caçar os assassinos da sua amada, capturando dois deles. Executou-os em praça pública, arrancando os corações do peito e imolando os corpos.

Reza a lenda que, depois de ser coroado rei, Pedro exumou o corpo de Inês, declarando ter-se casado com ela em vida e obrigando toda a corte a reconhece-la rainha e a beijar a sua mão.

Hoje, os amantes descansam em pedra para a eternidade, sob as abóbadas da igreja do Mosteiro de Alcobaça


É um conto de amor impressionante, repleto de sangue, tragédia e traição. Não menos impressionante é a chaminé das cozinhas do mosteiro, uma potente obra arquitectónica revestida de belos e simples azulejos.


8 comentários:

Teresa Ruivo disse...

E, não menos impressionantes ainda, são estes desenhos!

abnose disse...

Espectacular!!!

Alexandra Baptista disse...

Grande reportagem!!!

Alexandra Baptista disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
nelson paciencia disse...

São óptimos estes desenhos.

Rosário disse...

Que história e que desenhos!

Pedro Loureiro disse...

Obrigado a todos! :D

L.Frasco disse...

Impossível ficar indiferente á riqueza do texto e dos desenhos. Muito bom!