44º Encontro – Bairro das Estacas

Uma coisa até ali nunca vista, uma autêntica revolução segundo alguns: Virar as empenas dos prédios para a rua. Deixar de haver quarteirões fechados, prédios com frente e traseiras. Não se alcança beleza pela fachada...

De certa forma este “Bairro das Estacas” (os pilares do embasamento) representa o triunfo do moderno. Veja-se o antiquado das zonas confinantes e a contemporaneidade do bairro. E no entanto foram construídos sensivelmente na mesma época. Os promotores ousaram confiar o traço a Ruy Atouguia e Sebastião Formosinho Sanchez. Seguiram-se outros belos exemplos, por outros arquitetos, nas proximidades (Av. EUA) e um pouco por toda a cidade.

Demorei talvez 3 horas (felizes), mais de metade a marcar. A cadeira cómoda que levei, ajudou muito. 

Outra das novidades (e regras do modernismo) foi levantar os edifícios do chão, oferecendo a possibilidade de um contínuo espacial ao nível do solo, para espaços verdes ou outros fins comunitários. Passa-se por todo o lado, as entradas dos prédios são discretas (e não grandiloquentes e engalanadas com «senhoras entaladas», como dizia Keil do Amaral). Desenho de 30 minutos

Pela maneira (inteligente e sensível) de dispor um único módulo cerâmico quadrangular, conseguiu-se dar às grelhas de estendal + cozinha uma vibração bem acima do papel quadriculado. Desenho de 5 minutos.

Belo dia, belo encontro. Agradecimentos aos organizadores.