Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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domingo, 5 de abril de 2020

Cronica da quarentena, uma proposta de Teresa Ruivo

A Internet e a televisão invadem-nos a casa com um "Vai ficar tudo bem". São milhares as situações que cada um inventa para passar o tempo, transmitindo uma normalidade que não existe. O testemunho da Teresa fez-me parar um pouco para pensar. Nas últimas semanas a porta principal da minha casa é a garagem, que é uma espécie de portal.  Quando vou à rua é para ir às compras. Vou sempre sozinho. O meu caderno de desenho fica em casa. Levo só os sacos e um frasco de álcool gel, que serve para limpar as mãos no regresso.
Dentro da garagem pouso o saco das compras que fica de quarentena, descalço-me e dispo-me. Depois subo para a sala deixando tudo para trás. Parece que de repente passámos todos a viver num filme de ficção científica. Estes procedimentos e o isolamento social são a antítese do ser humano. Eu não sei se vai ficar tudo bem, mas sei que vamos ficar diferentes.

1 comentário:

Teresa Ruivo disse...

Boa António ! Fizete uma crónica bestial, procopiaste a tua garagem, e se não me engano ainda foste um bocadinho ao ginásio do Pedro Cabral. Obrigada por participares tão simpaticamente !!!