Talvez um dia se descubra o modo de desenhar sons, tal como um lápis mágico que ao desenhar emita sons que fiquem sempre audíveis no papel, mesmo que o traço não seja importante porque importa mais o som do que a imagem.
No dia 24 de Outubro, na restaurada igreja de Santiago, em Almada, fez-se história. E história mesmo muito boa, porque se viu e ouviu tocar e cantar, pela primeira vez em público, uma sinfonia que, desde o século XVIII, tinha as suas partituras arquivadas no Palácio da Ajuda. Trata-se de "Rabbia, furor, dispetto" de Jerónimo Francisco de Lima (1741-1822), o genial compositor favorito de D.José I e D.Maria I.
A qualidade acústica da igreja de Santiago é maravilhosa e das 19 às 21 horas, o Ensemble Concentus Peninsulae, um grupo de músicos espanhóis e portugueses, conduzidos pelo Maestro Vasco Negreiros, a que se juntou uma soprano alemã e músicos de outras nacionalidades,encantaram os espectadores que lhes dedicaram, no final, 20 minutos de salva de palmas.
Jerónimo Francisco de Lima é mesmo um compositor fabuloso, vale a pena descobri-lo. Tenho pena de não ter feito um desenho melhor, mas este "sketch" tenta mostrar um pouco daquilo que vi, enquanto o que ouvi está, muito resumidamente, aqui neste link (cliquem depois em Listen em qualquer faixa. que passará automaticamente para as outras).
2 comentários:
...que lindo está...
...e as cores...
Por vezes os sons fazem mesmo falta. É o caso.
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