Enramação é a palavra que os Campomaiorenses usam para designar as horas que precedem a abertura das Festas do Povo de Campo Maior. Consiste na montagem dos elementos decorativos de flores de papel que constroem o espectáculo visual que Campo Maior se torna, por uma vez em cada poucos anos, no final de agosto.

Todos os materiais são fornecidos por financiadores locais, e principalmente pelo mais importante empreendedor local, Rui Nabeiro. A Câmara Municipal fornece toda a logística. O coração e o suor são o produto dos habitantes da vila. Os residentes de cada rua planeiam a decoração da sua rua nos meses anteriores às Festas. Tudo é mantido em segredo. Um feito notável, sendo que Campo Maior é uma vila pequena onde as notícias e os rumores correm depressa. Surpreendentemente, o tema e os elementos decorativos só são conhecidos mesmo no final, quando as flores de papel começam a ser montadas sobre as estruturas, directamente desde as garagens da vizinhança, onde foram feitas à mão.

Ver tudo a acontecer tão depressa e de uma forma tão organizada é algo que estilhaça o típico estereótipo Alentejano de que tudo é feito munto devagarinhe. Aconteceu como o Zeca Afonso cantava - porém sobre outra terra - "Isto aqui era uma orquestra, quem diz o contrário é tolo".
2 comentários:
Boa reportagem!
Obrigado Rosário! Aposto que os seus desenhos assentariam que nem uma luva nestas Festas :)
Enviar um comentário