Houve uma feira da ladra há um par de semanas atrás no parque de estacionamento do Fonte Nova, mesmo ao pé de casa. Um tipo incomum de feira da ladra. Uma
feira da bagageira, para ser mais preciso. Se alguém se registasse, bastava atafulhar a mala do carro com tralha, estacionar o carro no parque e vender a tralha. Claro que nem todas as bagageiras tinham só tralha. Alguns dos vendedores eram notavelmente profissionais e negociantes de antiguidades. O seu nível de organização e a disposição do ponto-de-venda eram do mais alto nível - com todos os relógios de pêndulo, os esmaltes de cozinha e os velhos envelopes, postais e selos de pessoas já desaparecidas.
No meio do caos organizado ainda havia espaço para uma venda de bolachinhas e algumas actividades de ioga e artes marciais. Eu vinha só para os desenhos, mas deixei a feira na companhia de dois velhos amigos que lá encontrei: o Tenente Koinsky da Cavalaria Polaca e do
Long Range Desert Group, e o cavalheiro da fortuna Corto Maltese. Dois álbuns que nunca tinha lido antes puseram o meu resto do dia em alta.
Vai acontecer outra Feira da Bagageira, também em frente ao Fonte Nova no dia 4 de julho. Apareçam para desenhar!
(publicado também em
http://pedromacloureiro.com/)
3 comentários:
...que ideia tão gira...
...uma bela reportagem informativa...
Há quem traga o velho Corto na bagagem.
Obrigado!
Ainda havia mais Cortos naquela bagageira, mas aqueles já os tinha :)
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