Tenho andado num periodo de trabalho onde voltei ao tipo de produção gráfica que mais gosto de fazer, a conjugação das ferramentas digitais com o desenho tradicional à mão livre e achei por bem fazer um intervalo para lançar este tópico (se bem que adorava ver uma discussão sobre o assunto). Durante muito tempo fui apologista que o grafismo produzido por computadores era uma maldição que roubava espaço à "verdadeira" arte, aquela que era produzida exclusivamente à mão. Tudo mudou quando comecei a precisar do computador para produzir os meus "produtos". Lentamente fui abandonando a ideia que os desenhos digitais e manuais deviam competir e a constatar que podem muito bem co-existir de forma saudável.
Comecei a adorar a transformação de um esquisso rápido (vá, de 30 minutos...) em posters com acabamento digital que quase conseguem fazer uma aproximação fotográfica ao desenho. O desafio de conjugar linguagens tão distintas e conseguir uma harmonia sem haver perdas de identidades é o que realmente me fascina e me "move". Já ouvi (e li) opiniões de agrado e desagrado. Para os mais puristas, isto pode ser uma abominação... Mas no fundo, para que haja evolução neste campo, o exercício é o mesmo de sempre: desenhar, desenhar, pesquisar e desenhar.
Nota: todos os desenhos deste post foram feitos in situ, como mandam as regras ;)
15 comentários:
Fantástico! Muitos parabéns! Não consigo deixar de olhar para o primeiro desenho...É lindo!
Sim, podem muito bem co-existir. Estão excelentes, os trabalhos
Fascinante, esta combinação.
Gosto deste debate. Os desenhos, especialmente o de cima, estão fantásticos. A discussão entre a técnica e o “fazer à mão” já tem, podemos dizer, séculos. Penso que todas as ferramentas são úteis para se atingir um fim. E , neste caso, o fim era um cartaz e um bom desenho. Quanto a mim desenhar no diário gráfico, como suporte, é outra coisa. É a experiência de o fazer e o resultado é secundário. Depois publicar no blog já é outra história.
Antes de mais, obrigado a todos ;) O diário gráfico é o meu laboratório, onde o que realmente importa é a viagem e não tanto o destino, como Eduardo mencionou. Mais de metade dos meus desenhos são "gatafunhos" que me auxiliam na produção gráfica, cujo resultado é muitas vezes, o deste post. Certo é que graças a esta pratica diária de "arte tradicional", acho a produção de "arte digital" cada vez mais fácil ;)
Estão fantásticos, com ou sem produção digital, ganham identidades diferentes que com certeza o fim o exige. Durante muito tempo também fui bastante purista quanto aos processos de desenho mas tb me tenho rendido e de acordo com a finalidade é mesmo a melhor opção. Para mim esta conjugação é fantástica e o primeiro desenho é excelente nessa união! Parabéns
Aqui vai mais uma opinião... de agrado! De muito agrado!
Abraço
Olá Pedro Alves. Gosto principalmente dos trabalhos que tem apresentado neste blog feitos à mão livre. Os de tratamento digital são graficamente espectaculares, mas fica-me sempre a sensação de que são feitos por máquinas, acho que há algo da dimensão humana que se perde. Mas claro, isto é só uma opinião e continue a deleitar-nos com os seus trabalhos.
Os 2 métodos complemetam-se muito bem. O digital apresenta resultados excelentes e o diário-gráfico fica na intimidade, da emoção do momento, podendo o resultado ficar assim ou ser transformado para o "público".
Os desenhos estão mesmo muito bons.
Olá eu vejo o digital como ferramenta. Há pessoas que desenham "in sitio" no tablet por exemplo. Assim pode mudar o suporte, os médios mas o mais importante é que se mantenham os pressupostos do desenho. E na minha opinião eles continuam a existir nos teus desenhos.
Acrescento que era interessante publicares aqui no blogue estes desenhos na versão diário gráfico que no fundo são a base deste resultado.
Gosto muito destes desenhos e da junção das duas técnicas. As experiências fazem crescer e são um desafio muito motivante. Contudo, continuo a preferir o simples desenho pela expressividade e pela depuração que, tantas vezes, exige.
Gosto dos desenhos. Eu p.ex.quando uso o tablet para diário gráfico, faço os desenhos como no caderno, porque me parece que é o pretendido neste blog. Mas para uso próprio gosto muito de os modificar com as ferramentas disponiveis.
...penso que há verdade nas duas técnicas e se complementam lindamente...
Muito obrigado uma vez mais a todos os que participaram nesta discussão e a tornaram numa espécie de mini-forum. Fantástico! Este post foi meramente para opinar sobre as ramificações que o urban sketch pode ter e suas aplicações fora do diário gráfico, mas penso que desvirtua (bastante) o espírito deste blogue que vai para além do desenho e conta as estórias que estão na génese dos mesmos. Estes desenhos mesmo in situ foram feitos com o propósito de os tornar posters, enquanto que os desenhos exclusivos de diário foram feitos porque alguma coisa nos moveu para os fazer e isso vale bem mais que um desenho muitas das vezes ;)
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