No passado mês de outubro orientei um workshop em Palmela, no espaço do Teatro O Bando que começava depois de almoço e só terminava já pela noite dentro com jantar tomado e a peça "Quarentena" completamente embebida nos nossos sentidos.
O desafio era enorme, estava um dia lindo e acabou por ser um workshop memorável...
Partes dos cenários das várias peças d'O Bando vão sendo espalhados pela colina que encobre o espaço de trabalho. Há ali como que dois tempos a conviverem no mesmo espaço geográfico: o ancestral que já lá estava antes de nós todos e o dos cenários que têm décadas de passagem de tempo.
O desafio era desenhar na mesma página, mas com escalas e técnicas diferentes, esses dois tempos...
Mais tarde, durante a peça, iriam representar sempre 3 actores em simultâneo, vindos de peças diferentes, de anos diferentes. Esse simultâneo multiplicava-se geograficamente e, no total, estavam 40 actores envolvidos. Houve como que uma certa esquizofrenia teatral, mas todos tinham o mesmo objectivo: procurar um amanhã melhor...
No desenho, o objectivo é o mesmo, mas com 3 técnicas diferentes...
Ah! Como é difícil desenhar no teatro. Tudo às escuras e em movimento...
E para terminar este post, uma das frases que me ficou pela voz da Sara de Castro depois de uma discussão e da falta de entendimento entre personagens:
"Eu falei...
... tu falaste...
... mas não falámos ainda."
4 comentários:
...uma missão quase impossível...
Fantásticos os teus desenhos e o trabalho de "O Bando" que muito admiro!
Belíssimo post!
Pah tudo o que fazes, fazes bem Mário! :)
Abraço
Miguel da Letónia
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