No café. Enquanto saboreava a bica, as pessoas entravam, tomavam o seu café e saiam.
Reparei que ao fundo o Sr. Carola, um amigo já na casa dos 8?, indiferente a este movimento, olhava fixamente através da grande janela para o exterior do café.
Os óculos escuros e a sua posição, chamaram a minha atenção e não resisti a guardar o momento.
Sozinho, contemplava o movimento no exterior que apenas cheirava a Carnaval. Não sei em que pensava mas, estando assim só, quase lhe adivinho os pensamentos....
Quando, depois fui ao hospital, acrescentei a flor que estava no parapeito da janela do quarto da paciente que visitei...
O tempo passou-se a conversar e a desenhar.
Hospital, local onde o humano é mais alto, ainda há lacunas. Lembrei do ato de pouco civismo que vi uns dias antes, neste mesmo local.
Um sr., em muito mau estado de embriaguez, seja por álcool seja por outro motivo, fugiu das urgências. Tinha uma pulseira amarela, e cambaleando de uma forma pouco controlada passou por mim como se de um zombie se tratasse. Pensei: como é que deixaram este homem sair do hospital?. Não tardou um minuto, caiu de cara no chão. Sangrava mt e Socorri-o. Sentei-o no passeio encostado à parede e rápido, fui pedir ajuda ao vigilante do hospital que estava a 10mts.
Pedi ajuda e petrifiquei com a resposta: "Sim ele fugiu, sim estava embriagado, sim a ferida já era de ontem, não quero saber, chame ali o policia..." . Policia? Qual? Onde?
Lá dentro nas urgência, pedi apoio à funcionaria da recepção. Voltei a congelar : "Sim ele fugiu, não se pode fazer nada, pois ele já estava a sangrar, e agora o que quer que faça..."
Após insistência séria, lá telefonou aos bombeiros que o foram socorrer.
Bolas, que gente esta! De que planeta serão? Gelolândia?
5 comentários:
Sem palavras vou meditando através do desenho.
...à pergunta:-Quem se importa?...
...são tão poucos...
Intenso.
Estes desenhos ficam marcados pela recordação da história...
A desumanização, fez bem em insistir :)
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