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Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.
John Ruskin, intelectual inglês do século XIX
Pensamos que o Diário Gráfico melhora a nossa observação, faz-nos desenhar mais e o compromisso de colaborar num blogue ainda mais acentua esse facto. A única condição para colaborar neste blogue é usar como suporte um caderno, bloco ou objecto semelhante: o Diário Gráfico.
Neste blogue só se publicam desenhos feitos de observação e no sítio
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Trilho da Chã da Franqueira
Trilho da Chã da Franqueira, na Serra d’Arga. São 5km, 2.5Km até às Quedas d’Água das Penas. Comecei às 11h30 e fui enganado por estes 5km… Dos três percursos efectuados, este é o mais difícil. Não pela distância, mas pelos inúmeros obstáculos que se encontram pelo caminho. Poucos metro depois de ter iniciado deparei-me com um forte riacho que tinha que atravessar. Nesta altura do ano há muita água a descer pela montanha. Não tive outra hipótese a não ser fazer escalada por entre as pedras para conseguir atravessar para o outro lado. Regra: sempre três apoios no chão! 2 mãos e 1 pé, ou 2 pés e uma mão. Apesar de mais complicado e intenso, é tão interessante quanto os outros. Paisagens fantásticas, os núcleos típicos rurais, pastores e rebanhos de ovelhas, o som constante da água… Não se vê ninguém… muito pouca gente… (infelizmente) como seria de esperar num sítio destes. As Quedas d’Água das Penas são muito grandes e este trilho leva-nos até bem perto delas, no topo da montanha. Estes foram os três primeiros registos…
Estes são os restantes registos. Um pequeno apontamento no núcleo habitacional típico de Sobral, vários registos da Sra. Olívia e, já no final, um registo da Igreja de Arga de Baixo, de volta ao ponto inicial do percurso. Sinto sempre alguma tensão entre mim, a minha presença, e os Outros… Ou melhor, um misto de tensão e curiosidade que, normalmente, cria situações pouco confortáveis. Sinto, sem dúvida, que ali sou um elemento estranho, o exótico. Alguém que anda de um lado para o outro a riscar num caderninho… Não sou muito de me aproximar às pessoas. Prefiro o contrário. E vou reparando que algumas aproximam-se para me verem mais de perto, para me “lerem” melhor. Num destes momentos pouco confortáveis, enquanto fazia desenhos da Sra. Olívia, e porque sentia que era mais observado do que observador, decidi perguntar-lhe o nome e dizer-lhe que estava a fazer uns desenhos dela. Respondeu, “Chamo-me Olívia. Escusa de fazer porque não sou muito bonita… sou muito velhinha, meu senhor…”, sem sorrir e sem parar de caminhar enquanto passava por mim.
Serra d’Arga, Portugal, 05.01.2012
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6 comentários:
Óptimos desenhos e óptimo texto. Parabéns.
Que prazer ver estes desenhos,com o texto a acompanhar!
Muito obrigada.Parabéns!
Gosto de tudo!As vistas picadas estão fantásticas.
Obrigado Pedro, Maria e Manuela. São 4 percursos ao todo… Vamos ver se para a semana faço o quarto.
Fantástica reportagem!
Estes relatos gráficos são muito humanos, cheios de curiosidade. É giro analisar a reacção dos desenhados. Como a história do antropólogo que, para analisar uma cultura, inevitavelmente a altera.
Obrigado Pedro. A relação com o terreno é sempre muito intensa e envolvente…
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