Vê-se mal esta aguada nesta dupla página...
Este bambu costuma estar na biblioteca, em cima de uma mesa e encostado a uma parede. É assim que o frágil ramo mais novo se mantém vertical, de tão crescido que está.
Neste dia (que já não sei qual foi), fui lá transtornar-lhe a vida. Tirei-o da biblioteca e levei-o para uma outra sala. Colocado numa mesa, e sem parede onde se encostar, lá ficou o ramo tombado para um lado...
Desenhado intensamente por 6 pessoas, resistiu 135 minutos, voltando depois ao local original e à sua parede tão necessária...
Quando olho para esta dupla página, esta viagem repete-se sempre. Não consigo desligar desse dia... e não sei porquê...
... sei é que esta dupla página tão pálida tem importância no meu caderno...
... de tão frágil que está...
2 comentários:
O que seria da pura arte se não o registro da vida do artista? Ai esta a diferença de um monte de rabiscos sem lógica. O coletivo delas mostram a vida do autor... e as aguadas...como são ricas!
Adoro o texto/história...E o desenho suave fica na memória e resiste ao tempo.
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