Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


Pensamos que o Diário Gráfico melhora a nossa observação, faz-nos desenhar mais e o compromisso de colaborar num blogue ainda mais acentua esse facto. A única condição para colaborar neste blogue é usar como suporte um caderno, bloco ou objecto semelhante: o Diário Gráfico.


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terça-feira, 9 de março de 2010

Challenge XIV - A História de um Dia


O Congresso das Açordas, em Portel, é um evento que se realiza há 4 anos.
O primeiro, por ter sido realizado no Convento de S. Paulo e as refeições servidas nos seus claustros, foi aquele que apresentou um cenário mais bonito. A sala de cheiros tinha um intenso e maravilhoso aroma proveniente das ervas aromáticas em exposição.



As açordas são um conceito gastronómico muito respeitável. Conhece-se melhor a açorda de alho com bacalhau, chamada a açorda alentejana, mas a diversidade é muito grande. Desta vez provei a açorda de agrião, a açorda de espinafres e a açorda de cebola com cilarcas.



Durante o almoço actuou o Grupo Coral de Cantares Regionais de Portel, onde o Presidente da Câmara é um dos seus elementos.



A meio do almoço fui desenhá-los mesmo em frente do palco. Assim, perdi a açorda de tomate, mas ganhei dois desenhos. Pintei-os à mesa do almoço, enquanto se conversava, após a refeição.
Depois chegou a hora dos cafés, das aguardentes e dos doces conventuais. Os putos jogavam à bola com uma garrafa de água vazia e espalmada.



Quando saímos de Portel já eram horas de lanche. O Café Central, em Reguengos, foi a paragem seguinte: paio, presunto de porco preto, ovos mexidos com espargos verdes, queijo amanteigado e queijo curado, azeitonas...



E claro, um jogo de futebol na televisão.
De um lado, a satisfação.



Do outro, não.



A noite terminou com um simpático concerto de música cabo-verdiana, o grupo «Sons de Lá».


O presente pode ser uma história que não fica para a história, mas uma história do presente é mais um registo no diário gráfico, na memória, na história.

12 comentários:

Pedro disse...

Uma história de encher a barriga.
Parabéns pelo óptimo post.

hfm disse...

As histórias da nossa história! Belo registo só o estômago é que ficou a dar horas ;)

velhadaldeia disse...

Parece-me um belo programa gastronómico, embora eu me sinta incapaz de apreciar tanta açorda (por questões de limite estomacal) e de digerir a parte do futebol.
Bonitas cores nas aguadas!

Henrique Vogado disse...

Já tenho saudades de uma bela açorda de alho ou de umas sopas de tomate com ovo escalfado.

Gostei muito dos desenhos. Uma verdadeira reportagem.

Galeota disse...

Eu entro na história.Estou no 1º desenho,com óculos, porque estava a ficar pitosga com tanta diversidade de açordas.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Havia algo para trás, antes do concerto...

Estavas-me a esconder os momentos da açorda (no teu blog), que nem menino a esconder bolachas tiradas do pote... :O

Comida alentejana, para mim, também tem uma história: Adega Velha, em Mourão. (: Conheces ? ( que pergunta :X )

Um conjunto de histórias com o condimento certo para se invejarem. Como diria o Tarantino: you basterd ! ;)

~ *

Cláudia Guerreiro disse...

Bem...inveja disso tudo junto...aí está uma boa estória para se relembrar! Pena não haver um pratinho à frente enquanto se relembra...

Luís Ançã disse...

Se eu pudesse (e soubesse) fazer umas boas açordas, servia-as aqui mesmo, ultrapassando a dimensão virtual.
Há alguns eventos nesta zona que passam pela gastronomia regional, mas este é especial, só seu nome tudo vale, e as açordas também...

AG: esse local, para mim, também tem uma história: da 1ª vez que tentei lá almoçar, não disse nunca mais aqui virei (talvez tenha pensado). Foi quase há 12 anos, mas nunca mais o coloquei no meu roteiro gastronómico.

José Barreiros disse...

Por aqui a boa açorda come-se semanalmente:com bacalhau, com carapaus, com paio, com pastelão de feijão verde, enfim. O Poeijo chama a qualquer hora.
Tive para ir mas senas de última hora obrigaram a mudar de rumo. para o Ano vou tentar mais uma vez. Bons desenhos...

Anónimo disse...

Luís...a Sopa de Cação!...ai a Sopa de Cação! ( 'tentaste' ? isso não se concretizou ? )

Eu gostei particularmente do espaço, da mesa grande redonda, das pipas, do tecto, da senhora cozinheira, da boa disposição, da boa sopa (após uma indegesta ida à Aldeia da Luz)... eis o que tornou o prato especial...

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Ora, um desejo de uma boa semana, por aí! (:

~ *

zeta disse...

Boa comida, boa música, boas aguarelas...que mais era preciso?