Confortos à parte, aquilo que nos conquistou for a esplêndida colecção de livros e revistas que o apartamento continha. Tudo desde livros sobre arte ortodoxa Russa a revistas de fotojornalismo. Havia algo para cada um de nós. O que me capturou for uma colectânea de banda desenhada erótica e psicadélica Italiana dos anos 70, e especialmente as histórias da personagem Valentina, desenhadas por Guido Crepax. Valentina Rosselli é uma fotojornalista que era uma personagem menor nas primeiras histórias de Crepax, mas que se tornou a sua maior criação. As suas histórias têm aquela combinação de niilismo artístico, alucinações psicadélicas e eroticismo sado-masoquista que só poderiam ser encontrados acompanhados com balões de fala em Italiano. É tão notória a personagem que até o proprietário do apartamento encontrou uma forma de incluir alguns azulejos com impressões da Valentina na casa de banho e duche.
Tinhamos também ao nosso dispor um terraço gigante, a mirar a combinação animada de comunidades imigrantes nas ruas abaixo. Bares peruanos, restaurantes Etíopes e cabeleireiros Filipinos geravam uma estranha mas agradável textura urbana. Todas as manhãs, o trânsito cedia à rua o espaço para uma feira da ladra. À noite, planeavamos os passeios do dia seguinte e exploravamos a multitude de vinhos Italianos, enquanto disfrutavamos da brisa quente do terraço, com uma bela massa caseira.
2 comentários:
Bem resistente é esse caderno da FlyingTiger! A Valentina não podia faltar em Roma.
É verdade, aguenta bem os maus tratos! :D
Enviar um comentário