Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


Pensamos que o Diário Gráfico melhora a nossa observação, faz-nos desenhar mais e o compromisso de colaborar num blogue ainda mais acentua esse facto. A única condição para colaborar neste blogue é usar como suporte um caderno, bloco ou objecto semelhante: o Diário Gráfico.


Neste blogue só se publicam desenhos feitos de observação e no sítio

domingo, 4 de março de 2018

Rota do Românico III - caminhada ao Douro

Há pormenores que só consigo deslindar quando ando a pé. Até mesmo a correr, no jogging matinal, muito me passa ao lado.

Caminhando vale a baixo, em direção ao Douro, era como seguir o percurso da água, essa torrente que escava sulcos entre os vinhedos. Ali a natureza não é mansa, a não ser quando o Homem, com trabalho nada fácil, consegue talhar a paisagem.


Ali, à beira da estrada, intrigou-me este muro, interrompido por pilares. Tudo ali era de uma austeridade que só o granito consegue manter: pedra talhada para encaixar, como se aquele muro tivesse sido deixado pelos incas. Então perguntei à vizinha que por ali passava, o que era aquilo.

- Aquele é o aqueduto que leva água à... Casa da Soenga.

Disse aquelas palavras devagar, fazendo uma pausa reverente, antes de referir o nome do solar.


Continuei a seguir o curso da água, até que vi o dito solar. O desenho, a fotografia ou o holograma fica aquém daquela paisagem, tão imensa que nunca saberia dizer a distância que me separava das águas paradas do rio.


Tentei pincelar rapidamente, porque apetece ir conhecer cada curva do rio. Aquele rio que, misteriosamente, aparece e desaparece. O resto é paisagem.

Sem comentários: