Quarentena em peças pequeninas

Esta quarentena, primeiro inesperada, depois esperada, e a ver se não se torna desesperada, tem trazido coisas boas também. Tem trazido o tempo que dizíamos não ter, para ler, para desenhar, para brincar com aqueles que pedem em silêncio a nossa atenção e dedicação. Furei a quarentena com o meu filho Vasco para ir comprar um Lego novo, daqueles que demoram pelo menos um par de horas a fazer. Por entre pegamento de peças à vez, a olhar para o livrinho de instruções com mais de 100 passos, fiz uma pausa no ajudante para voltar a desenhar. Coisa rara esta em mim, no passado mais recente, fazer um desenho por mês, quanto mais um desenho por dia. E foi assim que este momento raro de descompressão e contentamento foi registado no meu caderno. Que talvez graças ao "cóvide", ressuscite mais depressa, e também ele saia da quarentena forçada que lhe provoquei por maldade.

Que bom ver tantos desenhos no blog e tanta gente entretida a empurrar pensamentos negativos para mais longe. Já imaginaram quando isto tudo terminar e voltarmos a estar todos juntos num mesmo lugar a desenhar?