AGENDA DOS SKETCHERS

Outubro 2019

Dez anos!

Dez anos de Urban Sketchers Portugal.
Uma data assim merecia uma celebração como a que tivemos no fim de semana de 21 e 22 de Setembro. Cerca de 150 participantes entusiastas, de caderno na mão, cheios de vontade de gravar para sempre a magia daquele par de dias. Tivemos percursos desenhados no Sábado de manhã e de tarde, que nem o vento nos miradouros e a chuva da tarde esmoreceu. Fomos privilegiados por uma palestra do Gabi Campanário - obrigado Gabi por teres aceite sem pestanejar o nosso convite, e por teres começado este extraordinário movimento hoje global, mudando de forma tão positiva as nossas vidas. Tivemos um jantar com todos e um leilão silencioso, cujas receitas reverteram para a Associação USkP.
Obrigado a cada um de vós por ter celebrado connosco este momento tão especial. Obrigado à Junta de Freguesia de Arroios na pessoa da sua presidente Margarida Martins, que amavelmente nos cedeu o mercado de Arroios e nos honrou com a sua companhia ao jantar. Aos nossos patrocinadores e aos nossos incansáveis voluntários. Um obrigado muito especial aos Pioneiros, sem eles nunca tínhamos chegado aqui, aos Grupos Regionais e aos Dinamizadores, por nos fazerem sempre chegar mais longe e a cada vez mais gente, às Instituições que acreditam e colaboram connosco.

Obrigado a todos!

As fotos do evento podem ser vistas aqui:
https://flic.kr/s/aHsmHfX5Uq

Enviem os vossos desenhos deste fim de semana para o email diariosgraficos@gmail.com, com a resolução de 300 dpis.
Para as publicações no blogue coloquem a etiqueta USkP-10 anos.
As publicações no facebook e no instagram têm o hashtag #10anosuskp.

Nelson Paciência,
Presidente da Associação USkP

Desenhar no Intendente
por Rosário Félix

Nas comemorações dos 10 anos fui com um grupo de desenhadores até ao Largo do Intendente. Largo com edifícios muito interessantes ( fachada revestida a azulejos da antiga fábrica “Viúva Lamego”, edifício com linguagem decorativa de” Arte Nova” do arquitecto Adães Bermudes e Prémio Valmor de 1908) e uma obra de Joana Vasconcelos. A Maria José falou-nos do projecto megalómano de Pina Manique na Azambuja.
O Largo do Intendente tem muitas pessoas. Fiz o desafio aos cerca de trinta desenhadores: que começassem por um registo onde se sentissem mais à vontade (ex. arquitecura ou pormenores) e depois arriscassem onde não estavam tão à vontade (ex pessoas paradas ou em movimento). Terminámos num almoço bem divertido num dos restaurantes do Largo.

Os cantos e recantos até ao Miradouro da Graça
por Isa SIlva

No fim de semana das comemorações dos 10 anos dos USkP, calhou-me ser a guia do percurso matinal até ao Miradouro da Graça. Como moro perto e conheço bem a zona, lembrei-me de fazer um percurso alternativo ao indicado de modo a mostrar um pouco mais deste bairro antigo. Os meus acompanhantes seguiram-me, atentos, por uma pequena mostra de arte urbana e pela passagem pela vila mais bonita de Lisboa: a vila Berta.
Por aqui fizemos uma paragem para capturar em caderno a singularidade daquela vila lisboeta famosa pelos arraiais de Santo António e pelas filmagens da nova versão do filme "O Pátio das Cantigas". Por entre idas e chegadas de tuk-tuks, partimos em direcção ao miradouro com um olhar no famoso "Botequim" da Natália Correia e na Igreja da Graça que, infelizmente, estava fechada. A vista do miradouro com o castelo e rio a abraçar-nos, aguentou a chuva que marcou presença mesmo no momento da foto de grupo.

Muito haveria para desenhar se o tempo fosse moldável aos nossos desejos. Mas ficou a vontade de regressar, um dia, para desenhar muito mais!
Numa nota final, deixo o meu bem-haja a quem há 10 anos, sem saber, tornou a vida de tanta gente tão diferente. Obrigada aos pioneiros. Obrigada à direcção. Obrigada a todos que contribuem com encontros, iniciativas e ideias. Venham de lá mais 10 anos (pelo menos!!) :-)

Desenhos da Carmo Almeida (Miradouro da Graça) e da Paula Lourenço (Vila Berta).

Fullerton – pré história do urban sketching português
por Joaquim Espadaneira

Decorria o ano 2000, quase uma década antes de ser cunhado o termo “Urban Sketching”, quando me deparei com este pequeno livro editado pela Bedeteca de Lisboa. Jorge Colombo é um ilustrador português radicado nos EUA cujo trabalho eu vinha acompanhando havia já algum tempo. No seu website, na altura, publicava uma série chamada dailies – todos os dias saia à rua (em Nova York) e escolhia uma pessoa para desenhar, evitava os turistas e tentava retratar o típico nova-iorquino (os desenhos dos dias que se seguiram aos atentados de 11 de setembro de 2001 são poderosos). Esta série já não se encontra disponível.
Este livro é uma recolha de trabalhos feitos durante os 10 primeiros anos de Colombo nos EUA. Como vem descrito na aba da capa “A obra de Jorge Colombo acha-se algures entre o registo diarístico, a literatura de viagens e o pictórico retrato urbano”, o que não é mais do que uma ótima descrição para Urban Sketching. E aqui encontramos os temas típicos: pessoas, paisagens urbanas e cenas do quotidiano.

Colombo continua a residir e trabalhar nos EUA, tendo entretanto abandonado as ecolines omnipresentes neste livro, foi um dos percursores do desenho em Ipad.

Entrevista a Vicente Sardinha
Associado nº 17

Auto-retrato de Vicente Sardinha

1. Como descobriste os urban sketchers?
Em 2009 um amigo mostrou-me um artigo de jornal sobre um novo movimento que ele achava que era "a minha cara". Chamava-se Urban Sketchers. O meu interesse no assunto levou-me a descobrir o recém criado USK Portugal.

2. Com que periodicidade desenhas?
Desenho todos os dias e mesmo quando por algum motivo não o faço, o cérebro está sempre ligado no modo "desenhar".

3. Qual o teu local preferido para desenhar e porquê?

Desde que descobri os USK que gosto de desenhar na rua, de preferência em locais que tenham pessoas ( o meu motivo favorito). Por outro lado gosto muito de desenhar em casa, sózinho no meu estúdio e dedicar-me à ilustração e à banda desenhada.

4. Quando decides acabar um desenho?
As minhas tomadas de decisão relativas a um desenho nunca são muito conscientes. Algo me diz para parar.

5. Se pudesses escolher um local para um encontro qual seria?

Gosto de desenhar sítios novos. Um encontro significa a descoberta pelo desenho de um local até aí desconhecido. Por isso qualquer local novo em boa companhia é sempre sinónimo de um bom encontro.

Urban Sketchers nas notícias

Este mês a revista Fugas do jornal Público publicou um artigo sobre o Sketching com História que podem seguir aqui. A notícia tem também link para a versão digital do livro que podem consultar aqui.

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