Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


Pensamos que o Diário Gráfico melhora a nossa observação, faz-nos desenhar mais e o compromisso de colaborar num blogue ainda mais acentua esse facto. A única condição para colaborar neste blogue é usar como suporte um caderno, bloco ou objecto semelhante: o Diário Gráfico.


Neste blogue só se publicam desenhos feitos de observação e no sítio

sábado, 22 de dezembro de 2018

No princípio era o poema



Quando me sentei na Place du Capitole, ainda a tarde de sol ia a meio. Sentei-me no chão e não dei pelo tempo passar. Foi, nestas férias, o desenho que mais prazer me deu a fazer! Não especialmente pela técnica, ou pelo local, mas pelas pessoas- que ficaram a cinzento no passeio da tarde de sábado. Algumas delas iam passando e ficavam a ver o que fazia. A Ines demorou-se mais um pouco.
Quando terminei, o tempo já estava fresco e assim surgiu o convite para beber um chá.
A Ines também gostava de desenhar, mas mais de escrever, em especial poesia, de modo que o nosso chá de menta foi em volta disso mesmo: os desenhos das férias e alguns dos poemas escritos ultimamente.
Entre conversas e chávenas, tinha escrito um poema, que depois copiou para o meu caderno e agora partilho.


Le début de l`automne l`a invité.
La fille à l`aquarelle
Peintre est sa méditation vitale.
La fille à l`aquarelle
Sur la place du Capitole
Elle s`assoit
Elle posséde cette place qu`elle ne connût pas.
La fille à l`aquarelle
Seules ses colours peuvent figer le temps.
Sur son cahier, les murs ne vieillissent pas.
 
Depois deste chá, não havia maneira de escapar... Os desenhos não devem ficar presos nos cadernos- só se cumprem quando são partilhados.
Foi assim que surgiu o melusina. Bem vindos!