Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


Pensamos que o Diário Gráfico melhora a nossa observação, faz-nos desenhar mais e o compromisso de colaborar num blogue ainda mais acentua esse facto. A única condição para colaborar neste blogue é usar como suporte um caderno, bloco ou objecto semelhante: o Diário Gráfico.


Neste blogue só se publicam desenhos feitos de observação e no sítio

terça-feira, 16 de junho de 2015

Desafio_55: Eu e o Cinema

O desenho deve nascer de um conceito.

Mesmo no registo do dia-a-dia é importante conceptualizar o desenho antes de o realizar. Ao invés de lhe retirar espontaneidade, consolida-o.

A minha relação com o cinema é grande. Por vezes sinto que os meus desenhos apresentam planos muito comuns na linguagem cinematográfica. Mestre Lagoa Henriques realçou os “enquadramentos imprevistos” dos meus trabalhos.

Este desenho foi realizado em casa de amigos.
Quando olhei para o espelho, vi-o como um écran de cinema. Tinha-me no primeiro plano e a acção desenrolava-se no segundo plano.
Enquanto desenhador, eu observava; enquanto personagem do filme, eu estava de costas para a cena: o eu que observa sem fazer parte da cena e o eu que não observa mas faz parte da cena.
Assim, dependendo do ponto de vista, desempenho papeis opostos neste filme.

E o espectador, qual o seu papel?

15 comentários:

Fernanda Lamelas disse...

O espectador comenta, por exemplo, que aqui está um belo desenho e uma boa resposta ao Desafio 55!

Manuela Rosa disse...

Que reflexão!
Respondendo: o espetador observa, analisa, pensa, deduz, acerta, não acerta...gosta muito!

Maria Celeste disse...

...os espectadores aplaudem e o filme fica sonoro...
...gosto muito da história deste enquadramento...

Miú disse...

Belo traço, espontâneo e depurado.
Já é de 2013, o auto-retrato? Veio mesmo a calhar para este desafio! Parabéns.

José Louro disse...

lição!

hfm disse...

Nos papéis opostos aprende-se muito. Belo registo.

nelson paciencia disse...

Corta!!!
Uma delícia, esta pequena curta metragem.

António Procópio disse...

Muita bem. Um registo fluido como sempre.

António Damásio disse...

Boa Luís, um belo auto-retrato enquadrado numa cena de filme!

Teresa Ruivo disse...

Gosto muito

Teresa disse...

O espectador é um outro eu que vê através do olhar do realizador, e dá uma nova leitura à narrativa. Também quando nos olhamos no espelho vemos um outro eu.

Gosto muito dessa dupla visualização, e de tudo o que implica o ver-mo-nos ao espelho e sermos espectadores de nós próprios.

Dina Domingues disse...

gosto imenso das "cores incompletas" nas personagens, parece um sonho.

Unknown disse...

Que belo enquadramento. Que desenho perfeito!
Gosto muito!

Alexandra Baptista disse...

o observador participa comentando...é muito interessante este registo ao espelho que nos leva a espreitar o que se passa no ultimo plano, o sentido é amplo e o desenho tb.

Marilisa Mesquita disse...

Gosto muito Luís! Incrível como o texto dá vida ao desenho! dá a sensação de que a qualquer momento as personagens se vão mexer! Parabéns!