Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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domingo, 14 de agosto de 2011

Workshop dos USK _LARGO DE S. CARLOS_23 JUL11

Instrutores: Catarina França; Luis Ança.

Comecei a observar, a esboçar rapidamente no que me rodeava, a refletir ainda mais um pouco em busca de inspiração na “Aldeia de Pessoa”, no local inicialmente proposto. Por fim, procurei captar a forma escolhida que aqui registo: uma das fachadas do Teatro Nacional de São Carlos. Este edifício é conferido como a principal Casa de Ópera de Lisboa, em Portugal. Localiza-se num dos centros históricos da capital. Num 4º. Andar do Largo de São Carlos, em frente a esse teatro, nasceu uma das mais importantes figuras da poesia portuguesa – considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e da Literatura Universal, Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888; Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa.

Prossegui o meu desenho. Fui registando no meu “SKETCH BOOK” (Basic), os espaços negativos mais proeminentes e, finalmente, a gama de claro-escuro contrastante com a luminosidade natural existente nessa zona, naquelas horas da manhã. A terminar, detalhes em manchas de aguarela; contornos em rotring.

De salientar, num determinado enquadramento, neste registo gráfico, um ínfimo percurso das águas do Tejo, à memória das naus, à memória dos grandes navios.

Ao deparar esta imagem, neste local, entre o céu e o coração do Chiado, um instrumento musical, metalizado, ecoa uma linguagem própria a um ritmo, compasso e cadência com um significado marcante. Para muitos, é triste, dolente, repetitivo, mas soam memórias de um povo. Mas…donde as badaladas? Do lugar onde me encontro a desenhar não se vê nem a torre nem o sino, mas ouve-se e sobretudo sente-se os sinos. Tal sonoridade também faz parte da essência e da vivência de Fernando Pessoa. É por ele que “Os sinos dobram”?





5 comentários:

Luís Ançã disse...

«Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.»
(Fernando Pessoa)

Parabéns pelo desenho e pela reflexão.

Rosário disse...

Estamos sempre a aprender !
Parabéns!

zeta disse...

Tendo uma boa orientação,foi uma boa ocasião para também aprender durante o Symposium.
Agradeço a ambos.

matilde disse...

Muito interessantes o desenho e o texto...Parabéns

zeta disse...

Matilde- dentro do possível,estou a atualizar a minha escrita. Assim, embora tarde, devo acrescentar que fiquei satisfeita com o teu último e inesquecivel comentário.