Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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quarta-feira, 12 de junho de 2019

Cemitério de Agramonte


Este sábado passado estive no Porto a orientar dois workshops.
O primeiro na rotunda da Boavista. O segundo no cemitério de Agramonte.

Hoje, a caminho da escola do Matias, depois de 5 minutos em silêncio no carro:

- Pai, quando é que eu vou morrer?
(... silêncio no carro... e eu a pensar: como é que se responde a isto? O rapaz tem quatro anos... onde é que vai buscar estas ideias?)
- Quando tiveres 100 anos! - respondi eu na esperança da conversa ficar por ali...
...
- Pai? E quando é que o pai vai morrer?
(desespero e suores frios a correr pela testa...)
...
- Quando eu tiver 100 anos...
...
- E quando é que a mãe vai morrer?
- Quando a mãe tiver 100 anos...
...
- Então todas as pessoas morrem aos 100 anos?
- Algumas morrem mais cedo porque ficam doentes, mas se chegarmos todos aos 100 anos é muito bom. Para isso temos de comer comida saudável, lavar os dentes todos os dias, respirar ar puro, não comer muitos chocolates...
- Mas eu comi dois chocolates no outro dia! - Interrompe-me desesperado...
- Não há problema, o importante é não abusar...

E pronto, chegámos entretanto à escola e o tema mudou radicalmente de assunto:
- Pai? Quem é que me vem buscar à escola hoje?

4 comentários:

Luís Ançã disse...

Os putos são lixados com as perguntas!...
Teus desenhos, sempre agradáveis surpresas.

Alexandra Baptista disse...

ahh, pois é... prepara-te para a complexidade.

Mário Crispim disse...

Pois é, dores de cabeça!!!

L.Frasco disse...

Nunca tive essas perguntas. Não sei como me safaria. Agora já cresceram.
Mas tu safaste-te bem!