Dirigi-me ao Parque das Nações para preparar o workshop do
próximo dia 27 de Abril, no âmbito do Festival Partes 2019. Acabei por me
sentar num sítio familiar, as traseiras do edifício onde vivem os meus primos. Liguei
para dar um beijinho, falar sobre os desenhos, beber um cafezinho.
Rita - Olá, estou aqui ao pé de vocês a fazer um desenho.
Não querem descer?
Prima - Ah que giro!
Tens imensas coisas giras para desenhar por aí. Há uma serie de esculturas...
Rita - Uhmm estava mais numa de desenhar ‘nada de especial’
porque é aí que encontro os pormenores, as histórias. Olha reparo que só uma
das varandas tem flores. Fica tão bem!
Prima - Ai tem? Não se
pode. Há uma regra que diz que não se pode por flores nas varandas. Porque
depois suja o chão, caem pétalas.
Rita - Mas as pétalas são lixo?
Prima - Olha não sei,
sei que não se pode.
Rita - Não digas nada a ninguém. Parece que as flores estão na
varanda mas viradas para dentro.
(...)
Será que as regras matam a criatividade e tornam assépticos
os nossos bairros? Serão as regras balizas para a liberdade? Preferimos a ordem
ao embelezamento discutível? Não é assim tão difícil responder a estas perguntas. Se a
regra foi decidida em democracia, com a participação de todos os que usam o
espaço, a liberdade venceu.
As flores não eram cravos mas eram vermelhas e davam tanta graça aquele paraíso urbanístico.
6 comentários:
Bela história, fica para reflectir.
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Grande episódio de USk.
Que história, daqui a pouco cortam as árvores porque fazem lixo.
As flores tornaram o desenho mais interessante.
qq dia não se pode fazer nada pq incomoda alguém :-S
As pessoas andam cada vez mais cinzentas...
Qualquer dia, não deixam as árvores ao pé, pois sujam o chão!
Bom trabalho, deixa-me curioso!
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