Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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domingo, 21 de abril de 2019

Regras discutem-se e os gostos são livres


Dirigi-me ao Parque das Nações para preparar o workshop do próximo dia 27 de Abril, no âmbito do Festival Partes 2019. Acabei por me sentar num sítio familiar, as traseiras do edifício onde vivem os meus primos. Liguei para dar um beijinho, falar sobre os desenhos, beber um cafezinho.

Rita - Olá, estou aqui ao pé de vocês a fazer um desenho. Não querem descer?

Prima - Ah que giro! Tens imensas coisas giras para desenhar por aí. Há uma serie de esculturas...

Rita - Uhmm estava mais numa de desenhar ‘nada de especial’ porque é aí que encontro os pormenores, as histórias. Olha reparo que só uma das varandas tem flores. Fica tão bem!

Prima - Ai tem? Não se pode. Há uma regra que diz que não se pode por flores nas varandas. Porque depois suja o chão, caem pétalas.

Rita - Mas as pétalas são lixo?

Prima - Olha não sei, sei que não se pode.

Rita - Não digas nada a ninguém. Parece que as flores estão na varanda mas viradas para dentro.

(...)

Será que as regras matam a criatividade e tornam assépticos os nossos bairros? Serão as regras balizas para a liberdade? Preferimos a ordem ao embelezamento discutível? Não é assim tão difícil responder a estas perguntas. Se a regra foi decidida em democracia, com a participação de todos os que usam o espaço, a liberdade venceu.

As flores não eram cravos mas eram vermelhas e davam tanta graça aquele paraíso urbanístico.



6 comentários:

dilar pereira disse...

Bela história, fica para reflectir.

Teresa Ruivo disse...

No comments...

Pedro disse...

Grande episódio de USk.

Bruno Vieira disse...

Que história, daqui a pouco cortam as árvores porque fazem lixo.
As flores tornaram o desenho mais interessante.

Isa Silva disse...

qq dia não se pode fazer nada pq incomoda alguém :-S
As pessoas andam cada vez mais cinzentas...

Mário Crispim disse...

Qualquer dia, não deixam as árvores ao pé, pois sujam o chão!
Bom trabalho, deixa-me curioso!