Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar.

John Ruskin, intelectual inglês do século XIX


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quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Perspectiva Curvilínea Babilónica :)

Mais uma para o Bestiário das Perspectivas Esquisitas. :)

Ando a brincar com a ideia de uma Perspectiva Curvilínea Babilónica, para quando queremos mostrar mais lados de uma caixa do que os permitidos pela clássica ou mesmo pelas perspectivas *centrais* curvilíneas.


Uma perspectiva central assume sempre que o observador está fixo no espaço, podendo rodar o olhar mas não mexer os pés; ora por vezes queremos registar o que vemos à medida que nos passeamos em torno do objecto. Aqui está uma de entre várias ideias acerca de como fazê-lo. Não é muito difícil tornar isto numa perspectiva formal (e estou a tratar disso :)), mas por agora é só uma brincadeira à mão livre.




2 comentários:

António Procópio disse...

Eh eh 😀 temos mesmo de conversar. Andamos a. Pisar. Caminhos semelhantes. Já te envio uma desenhos..

António Araújo disse...

Pois andamos, já há uns anos. :) Quando fizeste o meu workshop (já nem me lembro há quantos anos!?) eu ainda só ensinava a cilíndrica e a esférica de 180 graus. :) Desde então já tenho mais três perspectivas formais, mas ambas assumem um ponto de vista fixo, e isso andava a chatear-me. :D

Bom, long story short: pus-me a pensar no caso e, além da Bizantina, propriamente dita, arranjo pelo menos mais três perspectivas em que conseguimos andar "em volta" do objecto. Estou a escrever os detalhes - está para breve. :)

O problema fundamental destas "perspectivas em movimento" é o facto de que o mesmo objecto tende a intrometer-se em vários pontos da projecção - é preciso eliminar essas ambiguidades. Há várias perspectivas mal-definidas em teoria mas que podem funcionar dependendo do sujeito a representar (que não expõe esses problemas). Cada objecto dá oportunidade a um conjunto de perspectivas "informais" que estritamente falando estariam mal-definidas, mas que funcionam para esse objecto. É isso que eu queria dizer quando no workshop chamava a atenção para a importância de "quebrar as regras" e inventar perspectivas adaptadas a cada caso! E isso tu tens feito excelentemente. :) Aliás, eu ando frustrado porque tenho andado a escrever artigos e a fazer diagramas mas falta-me o tempo para desenhar livremente! :) Mas alguém tem que escrever isto; infelizmente a literatura nesse campo andava uma desgraça (a wikipedia então não se fala! Só disparates neste assunto!), porque há pouca gente que ao mesmo tempo desenhe e conheça a matemática necessária. Mas não vejo a hora de ter esse trabalho feito e poder dedicar-me ao desenho solto! :)

ps: esquecia-me; Um problema não fundamental mas prático destas perspectivas é que pode não ser claro ao "leitor" qual o modo de leitura. Numa perspectiva "estranha" ficamos por vezes sem saber se é a perspectiva ou o objecto que são "estranhos". Esse problema (de que qualquer perspectiva pressupõe um modo de "leitura" e de "escrita" que por vezes não será óbvio) já tinha tratado num artigo que talvez te interesse. Procura "o bestiário das perspectivas curvilíneas" no número 2 do Convocarte (uma revista ligada à FBAUL): http://convocarte.belasartes.ulisboa.pt/index.php/2017/04/05/n-o-2-e-3-arte-e-geometria/
Agora já não escreveria aquilo assim, mas pronto, talvez te interesse apesar de tudo... :)